Um correspondente alemão credenciado no Brasil tinha escrito há 45 anos a respeito de lendas sobre uma cidade na floresta amazônica com pirâmides milenares, fato provado neste ano pela ciência com a utilização de tecnologia a lazer.
Karl Brugger era correspondente da agência ARDF quando lançou em 1977 o livro A crônica de Akakor, a respeito de lendas sobre cidade na floresta, com subterrâneos e pirâmides milenares, e uma suposta expedição nazista no final da segunda guerra.
O livro de Brugger inspirou um dos filmes de Indiana Jones.
A embaixadora Leda Lucia Camargo foi amiga de Brugger, no tempo em que trabalhava na Secretaria de Imprensa de Itamaraty. Leda Lucia Camargo tinha registrado o fato escrito por Brugger, antes da comprovação por parte de cientistas alemães e ingleses em 2022, no livro Os diplomatas e as suas histórias, lançado pela editora Francisco Alves
Na época que Brugger trabalhou no Brasil eu fui correspondente da United Press International (UPI) e tive o privilégio de tratar bastante com esse jornalista sério, dedicado e afável.
Em 1983 Brugger foi assassinado no Rio de Janeiro, durante um assalto perpetrado por um menor de idade. O jornalista recebeu duas balas no coração, quando saia do bar Barril, em Ipanema, onde tinha ido celebrar a sua designação de correspondente em Buenos Aires.
No artigo publicado em maio na revista Nature descreve o processo científico de um conjunto de descobertas arqueológicas na Amazônia boliviana, não muito longe da fronteira com o Brasil.
Segundo o estudo, o uso de tecnologia a laser avançada possibilitou mapear grandes assentamentos que datam da Idade Média e apresentam construções de barro e pirâmides tão altas quanto prédios de oito andares.
O recurso aplicado é Detecção de Luz e Varredura (LIDAR), uma tecnologia óptica de identificação remota que mede propriedades da luz refletida de modo a obter a distância e/ou outra informação a respeito de um determinado objeto distante. Os cientistas usaram técnicas avançadas de detecção a laser para mapear assentamentos antigos na Amazônia boliviana.
Os pesquisadores foram capazes de penetrar na vegetação densa provando que é falsa a informação que não existiam sociedades desenvolvidas até a chegada dos conquistadores europeus no século 16. Existia nas construções “complexidade, tamanho e densidade”, segundo Chris Fisher, arqueólogo da Universidade do Estado do Colorado, no editorial na Nature sobre o estudo.
Por favor, se o leitor nasceu neste continente, com mais essas provas de civilizações avançadas na região, nunca mais aceite o termo “descoberta” para descrever a chegada dos europeus. É o mesmo que um turista ignorante chegar agora à Rio de Janeiro e “descobrir” o Cristo Redentor ou a Brasília e “descobrir” que não tem esquinas.
Brugger descansa em paz! Valeu!
Guillermo Piernes – Escritor e Jornalista