A mais recente já se foi, com muito sucesso embora capenga, devido às limitações forçadas pela pandemia. O Japão teve um tremendo prejuízo, sem público para assistir a nenhuma competição. Os espetáculos pela abertura e encerramento dos Jogos Olímpicos, de beleza e técnica extraordinárias, parecem insuperáveis, até que as seguintes as suplantem. Um sucesso mundial e permanente para a humanidade.
Os jogos olímpicos, ou simplesmente Olimpíadas, é a maior festa de congraçamento e evolução da humanidade, realizadas desde tempos remotos. As atrações se ampliam, novas disputas são incorporadas. Aumenta cada vez mais o número de atletas participantes. Em clima de disputa sem acirramento de ânimos ou violência. Nas semanas de olimpíadas, a humanidade se concentra na união de seus filhos.
A força humana, homens e mulheres de todos os credos e raças, se apresentam irmanados. Não apenas os que desfrutam de plena saúde. A disputa das Paralimpíadas é um espetáculo de grandeza e emoção, quando irmãos e irmãs atingidos por sérios distúrbios de saúde participam de esportes diversos. Deficiências natas, ataques à natureza humana não inviabilizam os homens e mulheres que superam incríveis dificuldades. Com alegria e disposição.
O Brasil e seus atletas paralímpicos, deficientes na denominação, porque quase tudo fazem e se desenvolvem nas competições, apesar das restrições físicas e mentais. Medalhas de ouro, de prata, de bronze revelam a força desses pretensos condenados à estagnação física ou intelectual. São os bravos brasileiros (as) de sorrisos enormes e orgulhosos a cada demonstração de força.
Há outra categoria de gente da qual a maioria dos brasileiros não tem nenhum apreço especial. São os tais dos políticos. Desonestos, falastrões, desinteressados da pobreza, cheios da grana, indispostos com a honestidade. O que fazem de bom nesse país, ninguém sabe. Para que passam 4 a 5 mandatos seguidos no Congresso? Fazer o quê? Ah, discursar, projetos, recessos, discussões, e por aí vai. E mais discursos.
Nossos atletas e paralímpicos merecem mais a admiração e respeito do que nossos (vossos) políticos. Olimpíadas só acontecem a cada 4 anos, e políticos ganham um mandato também a cada 4 anos. E ganha outro, depois outro, e assim vai. Até que a população resolva acabar com essa repetição de mandatos ad eternum. Até porque não existe patientia ad eternum da população.
As Olimpíadas se ampliam a cada realização. Novos esportes são acrescentados, como o recente skate. A próxima será na França, em 2020, por enquanto já com uma nova atração garantida: escalar a torre Eiffel por um lado e descer pelo outro. Tarefa difícil, os atletas terão que fazer muita força. Outra novidade praticamente assegurada será o lançamento de grandes queijos, substituindo o de pesos, que tem causado atrofias nos atletas, por grandes blocos de camembert e roquefort.
Há novidades em fase de organização e que provocarão debates. Outra ideia é acabar com os tradicionais prêmios de medalha de ouro, medalha de prata e medalha de bronze, de alto custo material. Seriam substituídas pela exaltação de itens dos quais a civilização ainda carece. Tardiamente a humanidade volta a lutar para chegar ao máximo de dignidade do ser humano. A partir do esporte.
As alterações visam dar um toque de humanismo às competições e destacar grandes conquistas da humanidade, ainda não complementadas. Em vez de troféus de metais preciosos fomenta-se velhos valores, algo esquecidos. Os vencedores das etapas receberão como prêmio placas de material orgânico, fruto de pesquisa científica, destacando princípios da humanidade que merecem nossa preservação e respeito: Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
Em Paris, ao final dos jogos, novos prêmios para as categorias vencedoras. É objetivo promover eternamente os direitos de cada ser humano. Menos valor material, mais compromissos com as primordiais causas da humanidade. Sai o ouro entra a Liberdade; sai a prata chega a Igualdade, vai-se o bronze e revigora-se a Fraternidade. Simbologias de nobreza, de humanismo. Não demonstrativos de riqueza.
— José Fonseca Filho é jornalista