Na história recente da humanidade, a PERESTROIKA foi um movimento político que determinou novos rumos dos regimes políticos e sistemas de governo dos dois últimos séculos. Uma personalidade russa assumiu o protagonismo desta verdadeira CONTRArREVOLUÇÃO da chamada Ditadura do Proletariado.
Mikhail Sergeyevich Gorbachev, 02/03/1931 a 30/08/2022, um oficial soviético, secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética (CPSU) e presidente da União Soviética, chegou a ser agraciado em 1990 com Prêmio Nobel da Paz.
Foi a empreitada e esforços de Gorbachev para democratizar o regime político do seu país e descentralizar sua economia que levaram à queda do comunismo marxista e rompimento da União Soviética imposta no Leste Europeu depois da Segunda Guerra Mundial e começo da Guerra Fria. Os regimes comunistas nesses países do Leste Europeu entraram em colapso, passando a elegerem democraticamente seus novos governantes, determinando retirada gradual das tropas soviéticas, surgindo daí a Organização do Tratado do Atlântico Norte, a OTAN.
“O mercado não é uma invenção do capitalismo. Existe há séculos. É uma invenção da civilização”, disse Gorbachev.
O mundo europeu era conhecido pela CORTINA DE FERRO, expressão usada para descrever a divisão física, ideológica e militar da Europa entre os estados capitalistas ocidentais e as nações comunistas dominadas pelos soviéticos ou também conhecida como Guerra Fria.
Gorbachev iniciou reformas do sistema econômico e político soviético com a GLASNOST (“abertura”), permitindo as liberdades de expressão e de informação, quando a imprensa e a radiodifusão começaram com suas reportagens e críticas a repudiar o maléfico e sanguinário totalitarismo stalinista. Foi Gorbachev com a perestroika (“reestruturação”) que permitiu mais de um candidato e eleições pelo voto secreto, bem como alguns mecanismos de livre mercado.
“Estou convencido de que nosso objetivo final deve ser o mundo sem armas nucleares. Por isso, nunca me cansarei de repetir: precisamos desmilitarizar a política global, as relações internacionais e o pensamento político, para livrá-los da espada nuclear de Dâmocles. Todos podem contribuir para esse objetivo – cidadãos comuns, cientistas, artistas e, claro, líderes políticos”. (11/11/2021, a Agência TASS publicou esta carta de advertência)
Neste mês de setembro também outra morte veio para redimensionar ainda mais a estatura e importância da monarquia inglesa da Rainha Elizabeth II, a mulher que mais tempo esteve ocupando o trono conservador e o poder moderador do Reino Unido.
Com discrição, dignidade, equilíbrio e humildade, soube exercer sua nobre missão dentro da protocolar hierarquia que despertava refino e elegância. Sem dúvida entrará no panteão da história, superando as diatribes dos tabloides panfletários londrinos com seus paparazzis buscando fuxicos e intrigas entre a nobreza secular do Reino Unido, que contribuíram inclusive pela morte da Princesa Diana (Paris, 31 de agosto de 1997), a Lady Di, esposa do atual Rei Charles III, que posterirormente casou-se com sua atual esposa Camila Parker Bowles.
A legendária rainha soube conter-se para compartilhar do poder com a determinada e inflexível DAMA DE FERRO, a Primeira-Ministra Margareth Thatcher, que tornou-se primeira-ministra em 4 de maio de 1979 ao chegar a Downing Street (é uma rua de 200 metros de comprimento na cidade de Westminster que abriga as residências oficiais e escritórios do primeiro-ministro do Reino Unido e do Chanceler do Tesouro).
Numa das suas primeiras intervenções no Parlamento ela disse, parafraseando a Oração de São Francisco:
“Onde houver discórdia, que possamos trazer harmonia;
Onde houver erro, que levemos a verdade;
Onde houver dúvida, que levemos fé;
E onde houver desespero, que levemos esperança”.
No Reino Unido da Inglaterra, o maior do mundo, não apenas um novo rei, mas numa tumultuada mudança no parlamento, mais uma vez, reaparece uma mulher determinada que se impôs para liderar os conservadores e assumir as funções de Primeira-Ministra, com apenas 47 anos de idade.
A atual Primeira-Ministra Liz Truss, então com apenas 7 anos de idade, demonstrava seu gosto pela política ao representar numa peça de teatro escolar a então Dama de Ferro – Margareth Thatcher, que, com maestria e mão de ferro, soube comandar a maioria machista e conservadora.
Outra impávida mulher, contemporânea das anteriores, foi Angela Merkel, depois da queda do MURO DE BERLIN, construído com o propósito de impedir que a população da Alemanha Oriental (comunista) continuasse fugindo para Berlim Ocidental (capitalista).
A democrata-cristã, doutora em Física, foi a primeira mulher a chefiar um governo na Alemanha. Como chanceler federal alemã Angela Merkel foi eleita em 2005 e reeleita em 2009, 2013 e 2017.
Sempre foi descrita como conciliadora, ponderada, pragmática, bem informada e alguém que ouvia mais do que falava, mas inflexível como ferro em suas posições, daí ser assim conhecida.
Enquanto a bestialidade da guerra continua no leste europeu e a pandemia ainda não foi totalmente extinta do planeta, a economia mundial está vivendo de sobressaltos. A resseção ameaça e a inflação cresce, mas continuamos assistindo ameaças e medos de todas as grandes potências que não avançam no desarmamento e apenas cobram dos outros aquilo que não souberam fazer para preservarem a natureza e o meio ambiente.
Aqui no Novo Mundo, nós brasileiros, a nosso modo e com a incorporação da moderna tecnologia e aprimoramento genéticos, estamos crescendo irreversivelmente na produção de alimentos para saciar a fome de boa parte da população mundial.
Todos estes fatores constituem informações aos seres humanos de que “o começo da vida também é o início da morte”. Que o mistério da vida presente no hoje, no momento em que refletimos sobre o nosso passado perdido e irrecuperável e o futuro ainda incerto que sonhamos deixar aos nossos filhos, nos ilumine nesta Imensa responsabilidade de termos que optar entre esquerda e direita, ideologicamente falando.
Enquanto os ingleses clamam GOD SAVE THE KINGS, nós brasileiros, maior nação cristã do mundo em que se costuma dizer que DEUS É BRASILEIRO, chegou a hora de, como os ingleses, dizermos DEUS SALVE O BRASIL e ilumine nossa Presidente do STF, Ministra Rosa Weber, para conduzir esta belicosa campanha com democracia e liberdade.
Vença quem vencer, “alea jacta est”, não custa acreditar nos romanos que nos ensinaram IN VINO VERITAS.
Tomando o pão, deu graças, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo: “Isto é o meu corpo dado em favor de vocês; façam isto em memória de mim”. Da mesma forma, depois da ceia, tomou o cálice, dizendo: “Este cálice é a nova aliança no meu sangue, derramado em favor de vocês. (Lucas 22:19-20)
* Nilso Romeu Sguarezi é advogado. Foi deputado federal constituinte de 1988. É defensor da PEC de iniciativa popular para uma constituinte exclusiva, do voto distrital e de candidaturas independentes