Ao assumir o cargo o presidente daqui começou a reclamar de um fato só justificável para ele. Iniciou campanha para desmoralizar um elemento que contribuiu para sua vitória: o excelente sistema de votação e apuração eletrônica vigente no Brasil, que tem garantido a lisura e a incolumidade das eleições. Com as apurações mais rápidas do mundo. A Justiça Eleitoral não tem mais o que informar ao estabanado presidente. Ele quer acabar o atual sistema para criar outro, este sim, suscetível a fraudes.
Depois disse ter informado que houve realmente fraude na eleição americana, embora sua afirmação não tivesse base. Queria era agradar o chefe Trump. Se voltar a vencer será um presidente eleito duas vezes por um sistema eleitoral apontado por ele próprio como desonesto. Então foi um pleito ilegal, passível de anulação. Acrescentou que no pleito de 22, a fraude será repetida e vai redundar em violência e atentados para inviabilizar as eleições. Perspectivas bem sombrias para o Brasil, pelo seu atual presidente.
Em sigilo, existe uma mobilização de direitistas criminosos em nosso país. Movimento que começou com esse presidente e seus herdeiros. Um diplomado em cheeseburger e outro, um apaixonado por Hitler, na Chancelaria do Itamarati, que transformou a política externa brasileira em vexame. O grupo de neofascistas mascarados já promoveu agitações em Brasília. A sede é nos EUA, onde estrearam matando 5 pessoas e invadindo o Capitólio, na posse do Biden. Dedicam-se à reativação das ações de seus esbirros nos Estados. Pode ser difícil acreditar, mas convém ficar atento. Em outros países surgem outros grupos direitistas disfarçados, dedicados às provocações. O presidente acha que o Brasil é um reduto comunista, regime extinto há 40 anos.
Há dois líderes meio caipiras desse movimento, cada um com o estilo de sua nacionalidade. O primeiro é o Trump, que foi recuperar seus resorts na Flórida, depois de desgovernar os Estados Unidos. O outro é o Bolsonaro, que costuma fazer pronunciamentos no chiqueirinho da entrada do Alvorada, depois de xingar os jornalistas. “Quem decide se um povo vai viver numa democracia ou numa ditadura são as suas Forças Armadas,” afirmou há pouco. Trump e Bolsonaro tem semelhanças de pensamento, física e ação com os condutores das agressões que resultaram na Segunda Grande Guerra: Hitler e Mussolini. O primeiro, bestial assassino; o segundo, debilóide fantasiado.
Os brasileiros gostariam de estar se desenvolvendo com inteligência, trabalho e fraternidade. Mas estão sendo envolvidos em provocações e insultos da ideologia do ódio. Direita, esquerda. Socialista, comunista, fascista. Vêm comunistas por todos os lados. Trump e Bolsonaro conduziram nos EUA e no Brasil as piores campanhas de combate ao coronavírus do mundo. Campeões absolutos da incompetência e das mortes das vítimas do vírus. Os grupos de baderneiros pretendem incrementar seus serviços estimulados pelas lembranças e imagens de Hitler e Mussolini.
Neste contexto macabro – inacreditável já na década de 30 – quem vai cuidar das ações provocativas nos Estados Unidos é o Trumptler, sucessor das excentricidades do ditador alemão, e trocando o bigodinho ridículo pelo pimpão amarelado como simbologia. Da mesma forma ridículo. A parte brasileira, e a Venezuela, potência oxigenada, ficarão aos cuidados de Bolssolini, segundo os planos iniciais. Trumptler vai tirar férias na Flórida, primeiro, enquanto Bolssolini fará curso advanced de comunicação e convencimento sobre redes sociais. Uma arma, afirma ele.
A semelhança dos nomes surge paralela aos objetivos não declarados, mas supostos, do movimento. Trumpler já avisou que vai retornar. Pela frente encontrará uma senhora muito bem disposta, Kamala Harris. Bolssolini lembra que é atleta. As perspectivas realmente não são boas. Mas os dois revoltosos, quase homônimos de seus heróis, preparam alguma surpresa.
— José Fonseca Filho é jornalista