O atentado contra Jair Bolsonaro, felizmente, foi um susto sem a pior consequência, porém, uma “vítima fatal” foi feita: politicamente, a candidatura Geraldo Alckmin.
O ato contra a vida do capitão reformado dará a carga emocional para blindá-lo dos ataques que a propaganda do PSDB tentava promover para reconquistar os votos perdidos da eleição de 2014.
Bolsonaro agora é vítima da violência, um vento favorável para a mudança de imagem sem comprometer a conhecida essência de sua candidatura.
A pesquisa Ibope de 05|09|18 já trazia indícios claros sobre o futuro da campanha de Alckmin, que oscilou na margem de erro (7% para 9%), tornando seu crescimento uma miragem.
Inócuos na primeira semana de Horário Político para atingir o presidenciável do PSL, os programas do tucano dos últimos dias miraram o governo federal e receberam uma resposta letal.
Entre vídeos, réplicas e tréplicas, o presidente que foi indiciado pela Polícia Federal por propina da Odebrecht no mesmo dia em que o ex-governador de SP fora denunciado pelo Ministério Público, mandou um recado claro: somos todos do “clube dos corruptos”.
O tiroteio deve ter lembrado ao povo que foi às ruas pela deposição de Dilma Rousseff a sensação de traição, quando os partidos que formaram o novo governo foram flagrados em denúncias de corrupção.
Se Bolsonaro já representava com seus 22%+ esta insatisfação, apesar da resiliência altíssima do Sr Ninguém em cenário com o capitão ou até com Lula, após atentado vai ser preciso encontrar um outro adversário do centro à direita para impedi -lo de disputar com a esquerda o segundo round.
E este, no campo do centro à direita, não será ninguém que passe 15 minutos se explicando em rede nacional. Alckmin vai perder a eleição sem saber porquê.
Parte do brasileiro se sente roubada por diversos tipos de “bandidos” (de imposto, de bem-estar, de confiança, de valores, de vida). Resta uma ponta de esperança em uma mudança segura, mas não tem espaço para ela ser comandada pelos próprios “criminosos”. Por enquanto, prefere se “armar” para ter alguma chance ou repetir o “rouba, mas faz” popular, visto como melhor do que o desalento atual.