O pagamento do 13º salário para os beneficiários do Bolsa Família, ainda que as custas do represamento do reajuste de seu valor, poderá ajudar o presidente Jair Bolsonaro a matar dois coelhos com uma só cajadada.
Isso porque as pesquisas de opinião sobre os primeiros cem dias do governo indicam que a maior rejeição à Bolsonaro vem das mulheres e sua pior avaliação concentra-se na região Nordeste, onde na eleição passada ele teve cerca de apenas 30% de seus votos.
O Bolsa Família, principal cartão de visita dos 13 anos de governo petista, normalmente é pago diretamente às mulheres e é considerado essencial para a economia da maior parte dos municípios nordestinos.
A despeito da queda de popularidade do presidente, em apenas três meses de governo, o que se percebe é que a torcida para que Bolsonaro consiga resolver os principais problemas do Brasil segue praticamente inalterada.
Talvez seja mais uma torcida ou uma esperança, do que uma certeza. Mas sinaliza que ainda há espaço para Bolsonaro tentar reverter esse quadro.
O curioso é que, mesmo com as dificuldades enfrentadas por Bolsonaro, entre os 3 Poderes da República, o Executivo salta na frente como o mais bem avaliado.
Pesquisa da Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais (Abrig) produzida em parceria com o Instituto de Pesquisa & Estratégia (IPE) e divulgada nesta quinta-feira (11) mostrou que o Judiciário é hoje o poder mais rejeitado pelos brasileiros, passando inclusive o Legislativo, que há anos vinha despontando como o mais impopular.
De dezembro passado para agora, a aprovação do Judiciário caiu sete pontos percentuais e sua desaprovação subiu outros 17 pontos, chegando a 63%. Neste mesmo período, a rejeição ao Congresso Nacional também cresceu 10 pontos, passando de 50% para 60%.
Um quadro surpreendente desde o julgamento do mensalão do PT, quando o Supremo Tribunal Federal caiu nas graças dos brasileiros e viveu o auge de sua popularidade.
Seguimos acompanhando o baile para ver onde chegaremos.