Ao lançar-se como candidato a ocupar o trono da Casa Branca, em 2016, o falido empresário Donald Trump projetou-se ao primeiro plano da nova realidade política mundial.
A onda “Trumpista” invadiu as praias ensolaradas do Brasil e da Austrália. O tupiniquim Jair Bolsonaro tomou conta do Palácio do Planalto e Scott Morrison passou a residir na Avenida Adelaide Número 5 – o endereço mais cobiçado de Canberra, a capital da Austrália.
Polêmico como poucos outros homens públicos do cenário mundial, Trump vem saltando barreira sobre barreira desde que assumiu a Casa Branca em 2017. Hoje, apesar de todo o tiroteio que vem recebendo de forma quase ininterrupta, está mais perto, e não mais distante, de se perpetuar no poder.
Após cinco meses de audiências, investigações e revelações em cascata sobre as negociações do presidente Trump com a Ucrânia, o Senado dividido o absolveu. Agora, o marido de Melania tem os olhos voltados para o terceiro mandato e, possivelmente arquiteta sua permanência no poder.
Neste ano os americanos vão às urnas para decidir se o presidente tem direito a renovar o contrato de aluguel da Casa Branca. Os democratas estão em plena guerra civil dentro do partido. O ex-vice-presidente Joe Biden – o único da oposição que derrotaria o republicano nas urnas – vem-se despencando nas pesquisas de opinião. O presidente, portanto, já mandou confeccionar o terno da posse.
No poder desde 2017, Trump e os seus aliados querem alterar a Constituição na emenda que lhe garantirá se perpetuar no poder. A vigésima segunda emenda foi aprovada pelo Congresso em 1947 e foi ratificada pelos estados em 27 de fevereiro de 1951. A emenda diz que uma pessoa só pode ser eleita para ser presidente duas vezes por um total de oito anos. É uma missão árdua para o “Trumpismo” de plantão, mas não impossível. A alteração da emenda precisa ser aprovada por 2/3 dos votos na Câmara e no Senado. Na segunda etapa, a nova versão da emenda precisará ser aprovada com 2/3 dos votos em todas as assembleias estaduais. Tudo é possível em “Trumpland”.
O comportamento de Trump e da presidente da Câmara, Nancy Pelosi, sinaliza que os Estados Unidos adotaram as tristes tradições populistas latino-americanas, Trump quer rasgar a Constituição e ignorar o princípio democrático americano de alternância de poder e tenta se perpetuar no cargo. Não precisa ter um PhD para saber que, eventos assim acabam muito mal e geralmente deixam um país em uma profunda crise, modelos não faltam nos livros de história.
Para os políticos de plantão, a continuidade de Trump representa carta branca para a corrupção e a impunidade. Há um grupo político-econômico que criou o “Trumpismo” para se aproveitar do Estado.
A excessiva concentração de poder não é boa para um regime democrático que exige alternância e o surgimento de novas e lideranças. O segundo mandato de Trump promete mudanças de profundidade no cenário americano e internacional. Com a permanência do marido de Melania na casa Branca, os Estados Unidos buscam reassumir o papel de líder mundial.
Donald Trump mandou a respeitada e admirada democracia americana para a UTI. Com os últimos acontecimentos em Washington (DC) e as previsões políticas para o futuro, os “Pais Fundadores dos Estados Unidos” devem estar se revirando em seus caixões.