O que mais exausta nem é a doença que espalha morte a torto e a direito, causando dor no Brasil e mundo afora, é o desprezo em seu trato puxado aqui pelo governo brasileiro. Por desprezo, ignorância, burrice ou erro de cálculo político, Jair Bolsonaro insiste na aposta errada de encarar esse novo coronavírus como adversário político ou ideológico. Essa maluquice já sepultou a reeleição de Donald Trump, maior guru do bolsonarismo. A derrota lá até aqui não foi engolida pela trupe presidencial daqui.
O próprio Bolsonaro, em mais um espasmo verbal, disse ter informações por fontes que não revelou que mostram uma grande fraude na eleição americana. Mentira pura. Além de sua evidente leviandade, foi mais uma inacreditável irresponsabilidade cometida por alguém no exercício do cargo de presidente do Brasil. Ele e todos os escalões em todos os poderes da República sabem disso.
Sabem também que a grande aposta dele em um levante militar contra qualquer ameaça a seu mandato fez água. Os militares também se cansaram dessa ciranda maluca guiada por seus filhos. As manifestações do general Santos Cruz são mais que um desabafo. Nem adiantar chiar. Falar em golpismo e outras besteiras. Seus colegas de farda sabem que se ele cair assume o vice-presidente Hamilton Mourão, um general quatro estrelas.
Foi por essa pequena e óbvia equação que Bolsonaro, depois da queda em Atibaia do parceiro Fabrício Queiroz, resolveu mudar o rumo da prosa. Trocou supostos projetos, como o combate à corrupção, pelo pragmatismo de se alinhar aos supostos corruptos em busca de uma suposta sobrevivência. Aposta nisso de seus rolos e os de sua família. Busca uma espécie de anistia para as rachadinhas que mudaram de status e enriqueceram sua família.
É impressionante como interesses miúdos impactam a vida dos brasileiros e o próprio país.
A conferir.