Em comemoração aos 30 de anos de sua fundação, o PSDB promoveu evento para relembrar os feitos do partido no Congresso, nos governos estaduais e, sobretudo, à frente da presidência da República, duas vezes com Fernando Henrique Cardoso. O objetivo era apresentar as ações de sucesso da legenda ao longo de sua existência, por exemplo o lançamento do Plano Real e a consequente estabilidade econômica.
Em torno de Geraldo Alckmin, candidato à sucessão de Michel Temer no Palácio do Planalto, estavam alguns poucos destaques do partido. Por exemplo, a deputada Yeda Crusius, do PSDB Mulher. Entretanto, à comemoração de singular e simbólica importância para a legenda, não compareceram o presidente de honra, Fernando Henrique Cardoso nem o senador Aécio Neves e o ex-governador Beto Richa, Paraná.
– Algumas ausências são justificáveis e outras não. Muitos de nossos filiados estão em seus estados em plena campanha para reeleição de deputado estadual, federal, senador ou governo estadual, justificava um dos participantes do encontro, denominado Reunião Ampliada da Executiva do PSDB para destacar o legado do partido à sociedade.
Há divergências sobre a manutenção de Geraldo Alckmin como candidato viável do partido à Presidência, após constatação de sua baixa avaliação nas pesquisas para a eleição de outubro. Há quem afirme que as discordâncias não ficam somente em relação ao seu nome, mas também no conceito da campanha tal como está sendo direcionado.
Algumas figuras influentes lutam para que os tucanos corrijam a orientação ineficiente e de conhecimento parco sobre eleições presidenciais. Consideram inteiramente equivocados os destinos da campanha. Alertam sobretudo para o caráter provinciano, voltado principalmente para o universo paulista.
No enunciado da festividade, os tucanos dizem: “Os números do partido falam por si. Hoje, o PSDB tem 1.459.229 de filiados, 10 senadores, 47 deputados federais, 123 estaduais, 803 prefeitos e 5.355 vereadores. Até abril, tínhamos seis governadores…”
Porém, o que deveria ser uma peça de aproximação do partido com os eleitores, oportunidade para difundir suas realizações e, em consequência conseguir votos para seu candidato, restou uma festa de si para si. Com poucos presentes no pequeno recinto, aplausos tímidos, sorrisos dissimulados e discretos.
O evento foi realizado na hora do jogo Argentina x Nigéria, quando as atenções estavam voltados para a Copa do Mundo e não para os assuntos da política. O local foi a confortável cobertura do Hotel Kubitschek Plaza, em Brasília. Longe do eleitorado e da realidade do país.