Datafolha agrava dilema no PT sobre momento de Lula passar bastão para Haddad

A pesquisa Datafolha, divulgada nessa madrugada, comprovou o crescimento do apoio a Lula registrado em outras recentes enquetes. Mesmo na cadeia, Lula continuou sendo a principal estrela da campanha e essa visibilidade resultou em alguns pontos a mais nas pesquisas. O problema que, enquadrado na Lei da Ficha ao ter sua condenação, por corrupção e lavagem de dinheiro, confirmada em segunda instância, ele se tornou inelegível.

Foto Divulgação/PT

No PT há quem ache que Lula, com alguma varinha mágica, consiga, no momento que lhe der na telha, transferir para Fernando Haddad votos suficientes para levá-lo ao segundo turno. Gleisi Hoffmann e a burocracia que controla a máquina petista pensam assim. Governadores e líderes como Jaques Wagner querem antecipar esse cronograma pelo receio de que uma largada atrasada de Haddad o deixe comendo poeira de outros presidenciáveis. “Não adianta querer vestir Haddad de Lula. Ele não é Lula como a Dilma não foi. Cada um tem seu jeito”, advertiu Wagner na terça-feira.

Pois bem. O novo Datafolha parece dar razão aos que pensam como Jaques Wagner. Quando ouvidos sobre em quem votar, com Lula fora do páreo, Marina Silva e Ciro Gomes recebem o dobro de intenções dos entrevistados e até Alckmin cresce um tiquinho. Haddad continua um pouquinho acima da rabeira, empatado com Álvaro Dias.

Outros dados apurados na pesquisa, como o índice de quem sem Lula não se dispõe a votar em ninguém, reforçam os argumentos dos que temem adiar a passagem de bastão para Haddad.

O PT tem um prazo curto para resolver esse dilema. Daqui a 9 dias vai por a cara na propaganda eleitoral na TV. A cara prevista para aparecer é a de Lula, que gravou programas antes de ir para a cadeia. Até quando ela vai ficar no ar?

A conferir.

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