Após trinta anos, depois da já longínqua eleição que começou em 1988 e terminou em 1989, Fernando de Collor lança novamente sua candidatura a Presidente. Ele, que atualmente é senador por Alagoas, foi o primeiro orador a ocupar a tribuna do Senado nessa terça-feira. Durante 25 minutos falou das razões que o levaram a essa decisão e dos projetos que considera bem sucedidos em seu governo.
Citou o filósofo alemão Arthur Schopenhauer:
– O destino baralha as cartas. Nós as jogamos.
E mais:
– Minha pré-candidatura é retomada de uma missão.
Para relembrar, fazia trinta anos – desde a vitória de Jânio Quadros, após os anos JK – que no Brasil não se votava para presidente. Fernando Collor foi um dos 22 candidatos que concorreram ao Palácio do Planalto na eleição de 1989. Entre eles estavam nomes já conhecidos da população à época, a exemplo de Leonel Brizola, Ulysses Guimarães, Mário Covas, Aureliano Chaves, Paulo Maluf, Roberto Freire, Fernando Gabeira, Afif Domingos e Lula.
Havia também postulantes de pouca relação com o eleitorado nacional: Enéas Carneiro, Marronzinho, Lívia Abreu, Paulo Gontijo, Manoel Horta, Armando Corrêa, Affonso Camargo, Celso Brant, Zamir Teixeira, Eudes Mattar, Antônio Pedreira, Ronaldo Caiado e Fernando Collor de Mello. O Brasil tinha em torno de 75 milhões de eleitores. Após meses de comícios, carreatas e debates no primeiro e segundo turnos, Collor saiu vencedor nas urnas, com 53,03 por cento dos votos. Lula foi o segundo.
As mais recentes pesquisas sobre as chances dos candidatos hoje existentes para a Presidência apresentam vários cenários para a eleição de outubro próximo e as eventuais chances de cada um deles. Quando está na folha de perguntas aos entrevistados, Lula lidera. Sem Lula, Bolsonaro fica à frente. Fernando Collor, que sofreu impeachment em 1992, aparece com três por cento.
Lula, que foi para o segundo turno com Fernando Collor láaaaaaa naquela eleição de 1989, não irá mais a Belo Horizonte nessa quarta-feira. A capital de Minas era o lugar escolhido para o lançamento da pré-candidatura de Luiz Inácio à Presidência, mesmo com o conjunto de problemas com a Justiça que ele enfrenta. Porém, os organizadores do evento avaliaram que a proximidade do carnaval tiraria o brilho da festa.
Depois de trinta anos, muita coisa mudou. Os personagens dessa história mudaram. Aliás, uns já nem existem mais. Tudo mudou. O eleitorado também. Agora são 120 milhões de votantes. O Brasil mudou, o mundo mudou.