Antes mesmo da divulgação da nova pesquisa do DataFolha sobre intenções de voto na corrida presidencial, a propaganda na televisão nessa quinta-feira (15 ) pareceu antecipar seus resultados. Ali, Lula manteve a pegada de comparações entre seus governos e o de Bolsonaro que lhe são altamente favoráveis. Ciro Gomes baixou a beligerância e voltou a ser propositivo, Simone Tebet e Soraya Thronicke focaram os ataques ao atual desgoverno e mantiveram Bolsonaro nas cordas.
Encurralada, a campanha de Bolsonaro trocou qualquer exibição de seus supostos feitos por uma artilharia pesada contra Lula, na mesma linha adotada por Carlos Bolsonaro, o 02, nas redes sociais. Para quem acompanha a campanha na tv a propaganda pela reeleição ficou completamente errática. Oscila em um mambembe Jairzinho paz e amor com um agora Bolsonaro tiro, porrada e bomba.
Como as principais campanhas presidenciais se baseiam em pesquisas internas, inclusive em trackings eleitorais diários, todos já previam uma estabilidade nos resultados do Datafolha. Daí a manutenção nas apostas da maioria dos candidatos e o desespero da trupe de Bolsonaro, ao trocar uma campanha com alguma pegada mostrando feitos e propostas, pelo vale tudo contra Lula orientado por Carluxo e sua tropa.
O que fica a cada pesquisa mais clara é a incapacidade de Bolsonaro de vencer Lula. como todos previam muito antes da campanha eleitoral, Bolsonaro sempre foi o adversário ideal pra Lula. E vice-versa. O problema é que nada abala a chegada de Lula ao segundo turno. A única dúvida é se ele consegue vencer a parada no primeiro turno. Mas Bolsonaro, que perdeu a aposta em uma golpista virada de mesa, cada vez se mostra um contendor mais frágil. E daí?
Se Bolsonaro pode até chegar ao segundo turno, por conta de outros competidores, mas com ínfimas chances de reversão da vantagem de Lula, quais as opções para o eleitorado que não quer eleger Lula? Se algum deles tiver alguma chance de nessa reta final desbancar Bolsonaro e chegar ao segundo turno, essa eleição teria imprevistas e improváveis emoções. O reverso tem a mesma força.
Se na hora de votar, eleitores de outros candidatos avaliarem que seu voto pode apenas esticar uma guerra insana entre Lula e Bolsonaro, cresce a opção para optarem pela definição do jogo no primeiro turno. É sobre isso que uma pequena, mais talvez decisiva parcela do eleitorado, está conversando.
Como ainda tem um bom tempo de jogo, o debate decisivo na Globo, a tendência é se definirem aos 45 minutos do segundo tempo.
A conferir.