Roberto Jefferson desobedeceu deliberadamente a prisão domiciliar. Reagiu aos policiais com o intuito de criar a encenação política, o factóide.
Os disparos com arma pesada tiveram o objetivo de ganhar tempo, preparando um cenário midiático, que é muito comum em casos de enfrentamento.
A estratégia dele começou com o vídeo gravado. A fala de Roberto Jefferson não traduzia a indignação do inocente, mas a desfaçatez do meliante. Era um relato preciso, dizia estar indignado, e reiterava acusações aos ministros da Suprema Corte, mentindo ao informar que era ele quem estava sendo atacado com disparos dos policiais.
Essa versão não se sustentou. Os policiais federais recuaram, primeiro porque as viaturas estavam ao alcance das fuzis de Roberto Jefferson, segundo porque dois policiais estavam estavam feridos.
Em São Paulo, a Jovem Pan reproduziu o vídeo e colocou no ar a filha dele, a ex-deputada Cristiane Brasil. A filha também não demonstrava sinais de indignação. Ao contrário, estava bastante serena. Falava como uma apresentadora. Deixou claro que o impasse seria prolongado, incluindo a advertência sutil de que “papai é um exímio atirador”…
Nas duas horas seguintes, houve uma tensão administrada na chácara de Levy Gasparian. Naquele horário, só a Jovem Pan estava reportando. CNN, Globo News, Bandnews não tinham qualquer imagem para exibir. As emissoras de rádio também não tinham muita coisa para informar.
O silêncio do presidente Bolsonaro foi quebrado quando foi dada a notícia de que os policiais tinham sido levados para o hospital.
No primeiro momento, veio a informação de que o ministro da Justiça estava se dirigindo à casa de Roberto Jefferson para mediar a rendição. Logo em seguida, veio a informação de que o presidente condenara à reação do preso.
Dos quatro cantos do País pipocaram palavras de repúdio. Os aliados lavavam as mãos.
O golpe gorou!