Se depender da atuação de Jorge Kajuru, o Senado não terá nos próximos oito anos nenhuma sessão monótona. Eleito senador por Goiás em 2018, o radialista e apresentador de televisão é um dos chamados “nomes novos” do Parlamento Brasileiro e chega a Brasília consagrado por 1.557.415 votos.
Descontração e loquacidade são características próprias.
Jorge Reis da Costa Nasser, de 58 anos, nasceu na pequena Cajuru, região metropolitana de Ribeirão Preto, em São Paulo. Adotou o nome de sua cidade natal, substituindo a letra “C” pelo “K”. Foi assim que, em Goiânia, ficou famoso comandando mais de três dezenas de programas de rádio e televisão. E como homem de comunicação acumulou controvérsias, sucesso, demissões, polêmicas, em torno de 130 processos e condenações judiciais.
Já em sua primeira participação no Senado, Jorge Kajuru apresentou seu estilo de atuação, sem inibições e com desenvoltura. Fez apartes, discursos, concordou e discordou das opiniões dos demais colegas parlamentares, fossem novatos ou veteranos. Na sessão de escolha do novo presidente da Casa – aquela em que Davi Alcolumbre derrotou Renan Calheiros –, Kujuru votou, segundo disse, após consultar seus eleitores em enquete feita por meio do telefone celular nas páginas das redes sociais da Internet das quais participa.
Tal inovação mereceu atenção porque representa proximidade com o eleitorado e propiciar a opinião do voto popular fora do Congresso. Mas também gerou discordância. Ao contrário do que acha o senador Kajuru, conhecedores do processo legislativo dizem que um parlamentar é eleito para, sobretudo, dar com objetividade sua opinião e decidir sobre os temas postos em votação. Dizem não ser adequado substituir a soberania do voto pessoal por pesquisas eletrônicas. E mais: que o poder não deve funcionar movido pela “modernidade” da democracia digital.
O senador Jorge Kajuru tem muitos projetos para seu mandato de oito anos. Diante do impacto da tragédia de Brumadinho, deseja maior fiscalização nas barragens existentes no Brasil. Quer sugerir o corte de cinquenta por cento das verbas destinadas para benefícios e gastos a senadores e deputados. Defende que parte do salário dos parlamentares seja destinada à Educação. O senador acha que a Reforma Tributária é mais urgente que a da Previdência.