A crise do Coronavírus gerou na tarde dessa terça-feira o primeiro óbito de um brasileiro, um senhor de 62 anos, internado desde a semana passada em um hospital de São Paulo. Além de provocar mortes, traz aflição a milhares, milhões de pessoas, leva as autoridades a decretarem medidas que protejam a população. O reflexo é imediato no cotidiano de adultos e crianças, de todos os setores, do comércio, das escolas, dos esportes, de tudo.
Traz ainda contratempos ao funcionamento normal das instuições. É o caso, por exemplo, dos tribunais de várias instâncias da Justiça, que passam a obedecer às regras de emergência postas em prática para resguardar a saúde de serventuários, advogados e cidadãos.
E chega também ao Poder Legislativo. As duas Casas do Congresso igualmente tiveram de se apressar em adaptar sua agenda nas comissões e plenários à inesperada realidade do momento. O Senado e a Câmara dispensaram a presença física de parlamentares e servidores. Para não interromper o ritmo de trabalho, as votações, pelo menos por enquanto, passam a ser feitas remotamente, por meio de computadores ou telefones celulares, sem a exigência da presença física de senadores e deputados.
Nessa quarta-feira está prevista reunião dos presidentes da República, do Supremo, do Senado e da Câmara, Jair Bolsonaro, Dias Toffoli, Davi Alcolumbre e Rodrigo Maia. É tentativa de encontrar maior interação entre os três poderes na condução da crise da pandemia do Coronavírus, que chega, crescente, ao Brasil.
Na noite da terça-feira, o Palácio do Planalto anunciou que encaminhará ao Congresso pedido de Estado de Calamidade Pública. Isto é um artifício legal que permite ao governo o cumprimento não estrito dos parâmetros previstos no Orçamento da União em consequência de gastos extraordinários, no caso as ações para conter a expansão da crise do Covd-19.
Após encontro com líderes de vários partidos e indagado se o Parlamento poderia eventualmente fechar, em decorrência de todas as dificuldades que a crise do Coronavírus traz, o deputado Rodrigo Maia, presidente da Câmara, respondeu:
— Não. Não fechará. Congresso fechado só na ditadura!