A propósito da perda de Jorge Bastos Moreno

Não posso deixar de externar minha tristeza com a perda do querido Jorge Bastos Moreno, com quem convivi e batalhei no front da notícia desde que o amigo chegou a Brasília, ainda nos tempos do regime militar que governou o Brasil. Ouvimos lado a lado a revelação do general Figueiredo que era o escolhido do então presidente Geisel para sucedê-lo do Planalto.

Ele, Moreno, à época um jovem magrelo recém chegado de Cuiabá, começando na profissão no Jornal de Brasília. Eu, na sucursal de O Globo. Éramos um bela redação, repórteres competitivos, sobremaneira de grandes amigos, com uma ou outra variação de tempo: Antonio e Luiz Martins, Beto Stefanelli, Laerte Rimoli, Merval Pereira, Célia de Nadai, Teixeirinha, Rosa Dalcin, Helena Daltro, Andrei Meireles, Etevaldo Dias, Olga Curado, Silvia Faria, Bardawill, Artuzinho Pereira, Rodoldo Fernandes, Heloisa Doyle, Escarlate, Cristiana Mendes Lôbo, Carlos Marchi, Bia Abreu, Cida Fontes, Zilva Laborão, Adriano Lopes, Fernando Luz e tantos outros.

Foi nessa época, em torno de 1982, que por iniciativa do Laerte Rimoli o levamos para juntar-se a nós nO Globo. Nem sei quantas vezes estivemos juntos em reportagens e encontros com personagens históricos, Tancredo, Ulysses, Fernando Lyra, Brossard, Zé Aparecido, Miro Teixeira, Simon, Freitas Nobre, Jarbas Vasconcelos, FHC, Brizola, Luis Eduardo Magalhães, ACM, Montoro, Petrônio, Thales Ramalho, Aécio, Dirceu, Arrais, Covas, Lula, Sarney, etc.

Depois, cada um de nós tomou novos rumos no jornalismo. Moreno continuou nO Globo, mas jamais privamos do convívio sempre agradável. O ex magrelo de Cuiabá transformou-se em robusto anfitrião, reunindo ao seu redor grandes nomes da política e do poder. Ampliou sua malha de amizades, como Helena Chagas, Toninho Drummond e Ibiapina, Eliane Cantanhêde, Ascânio Seleme, Dora Kramer, Ali Kamel, João Carlos di Genio, um sem fim de nomes. Aumentou sua lista de “furos”. Mudou-se para o Rio. Consolidou-se como grande personagem.

Fiquei feliz quando, Jorge Bastos fez questão que a capa de seu livro “A História de Mora” fosse ilustrada com uma foto que fiz do Dr. Ulysses pouco antes de sua morte. Aliás, guardei não somente na memória, mas com fotos o sucesso que foi o lançamento do livro. Uma delas é da também querida e amiga — baita jornalista outro ícone de minha profissão — Miriam Leitão, quando merecia dedicatória de Moreno. Ao lado, o também jornalista e historiador Sérgio Abranches e, à direita, o músico Jorge Mautner.

Vá em paz, querido Moreno. Mande notícias do céu.
Ô coisa ruim é perder amigos.

OrlandoBrito

Deixe seu comentário