Em época de campanha eleitoral, eventos com a participação de candidatos para que estes exponham suas propostas de governo é o que não faltam. Nessa terça-feira, em Brasília, foi a vez da UNECS-União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços, que reuniu em torno de 500 empresários de várias áreas, ouvirem os presidenciáveis.
Dos concorrentes ao Planalto convidados somente compareceram Álvaro Dias, Ciro Gomes, Henrique Meirelles, Fernando Haddad e Geraldo Alckmin. Os demais, como Jair Bolsonaro e Marina Silva, agradeceram a gentileza da iniciativa mas, por falta de tempo na agenda, não compareceram.
Álvaro Dias disse que, se eleito, vetará o aumento de salários de 16 por cento que o Judiciário propôs para os magistrados da Alta Corte previsto para o orçamento do ano que vem. O candidato, afirmou que o reajuste é inaceitável, até porque pode contribuir ainda mais com o rombo financeiro da União, já que é o que determina o topo de outras remunerções. Sobre Lula, Álvaro, do Podemos, disse que o líder do PT provocou um grande desserviço ao Brasil porque banalizou a corrupção. “A esperança nos enganou”.
Ciro Gomes, do PDT, foi o segundo a falar no encontro da Unecs. Bem humorado, reafirmou que vai levar em frente sua proposta de tirar da lista do SPC-Serviço de Proteção ao Crédito o nome de brasileiros endividados. E que defende um plebiscito para que a população opine sobre a reforma da Previdência. Tal como Álvaro Dias, disse que também vetará o aumento do Judiciário.
Recuperar a confiança do governo, choque de produtividade para dinamizar a economia e a consequente criação de empregos e atenção especial às reformas da Previdência e Tributária serão para o candidato Henrique Meirelles, do MDB, o foco dos seus primeiros 100 dias de governo. O ex-ministro da Fazenda fez um breve relato de sua carreira profissional, ressaltando o sucessos por onde passou e finalizou dizendo que o Brasil precisa de um presidente comprometido com resultados e não com populismo.
Fernando Haddad fez sua primeira aparição como candidato, ou vice de Lula. Aliás, começou sua palestra, dizendo que o ex-presidente acompanha de onde está — na sede da Polícia Federal em Curitiba, onde cumpre pena por corrupção –, o cenário político eleitoral. Disse que se o PT for eleito, também dará prioridade às reformas trabalhista e previdenciária. E ainda, será incansável a luta para baixar as taxas de juros, incrementar investimentos públicos e incentivar a construção civil com o propósito de criar empregos e renda. Finalizou afirmando que o País precisa ter soberania nacional e popular, criticou a atual política externa brasileira, o sistema educacional, de produção agrícola e cultural.
Geraldo Alckmin, acompanhado de sua vice Ana Amélia, encerrou o painel dos presidenciáveis com os empresários da área de comércio e serviços. Não teve discurso muito diferente de seus antecessores. Igualmente aos demais, ressaltou a necessidade das reformas da previdência, política, tributária e do Estado. Citou o que sempre cita em todas suas participações em debates, entrevistas e sabatinas: seus feitos como governador de São Paulo. Pregando mudanças para o Brasil, repetiu as frases que sempre usa em situações como a desse fórum: – Kennedy já dizia: a mudança é a lei da vida. E também: Governar é escolher.