Itamar Franco assumia a presidência do República no fim de 1992, substituindo a Fernando Collor de Mello, que sofrera impeachment. Na montagem de seu ministério coube ao então senador Fernando Henrique Cardoso o das Relações Exteriores. Em maio de 1993, porém, Itamar o deslocou para a pasta da Fazenda, em busca de solução para conter a inflação galopante.
No comando da Economia, Fernando Henrique convidou para sua equipe um grupo de craques no assunto. A primeira ação foi a criação da URV-Unidade Real de Valor, moeda paralela que tinha a função de dar caráter de segurança às transações financeiras fora do caos inflacionário. Em seguida, criouse-se o Cruzeiro Real que, entre outras medidas para estalibilizar o dinheiro, cortava três zeros do chamado meio monetário circulante.
Por fim, no dia primeiro de julho de 1994, o presidente Itamar Franco, o ministro da Fazenda FHC e sua equipe de economistas — formada por André Lara Rezende, Pérsio Arida, Edmar Bacha, Gustavo Franco, Winston Fritz, Pedro Malan e outros — apresentavam ao Brasil o Plano Real. O projeto econômico que viria estabilizar a economia brasileira.
O conjunto de medidas que resultou no Real, a nova moeda, representou um verdadeiro choque na Economia brasileira. Ficava para trás o sofrimento da população com os efeitos da hiper-inflação. Também a variação incontrolável dos preços dos produtos e o poder de compra das pessoas. O desemprego começava a diminuir.
O Real, que agora completa 26 anos, é a segunda moeda de maior longevidade do Brasil. Antes dele, só o Réis — criado no Império e que só foi substituído em 1942, no governo de Getúlio Vargas — durou tanto. As outras moedas foram o Cruzeiro Novo, lançado em 1967 pelo marechal Costa e Silva, no tempo do regime militar. Depois, o Cruzado, de José Sarney. Collor trouxe de volta o Cruzeiro. Mas com Itamar e Fernando Henrique chegou o Real.