Ontem à noite, o presidente Michel Temer recebeu no Palácio da Alvorada líderes da base aliada do governo no Congresso para avaliar o número de deputados que irão votar a seu favor – amanhã, quarta-feira – para derrubar a denúncia feita contra ele pelo ex-Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, denunciando-o por participação de organização criminosa e obstrução à Justiça. Pela manhã, esteve na Base Aérea de Brasília, numa cerimônia militar, quando entregou a várias personalidades a Medalha da Ordem do Mérito Aeronáutico. À tarde, no Planalto, recebeu ministros, deputados e senadores, além das credenciais de novos embaixadores de 12 países que tem relações diplomáticas com o Brasil.
Hoje, durante o dia, a agenda está reservada para despachos internos. Mas à noite, as atenções voltam-se novamente para a votação de amanhã. No apartamento do deputado Fábio Ramalho, Michel Temer será recebido por vários parlamentares de sua base de apoio para um jantar tipicamente mineiro, com leitão a pururuca, tutu de feijão e arroz com queijo. Quer obter na quarta-feira uma votação que demonstre ter apoio robusto para aprovar futuros projetos no Congresso.
Amanhã, Michel Temer terá mais um dia importante para seu futuro na cadeira presidencial. Na Câmara, os deputados irão debater e votar a segunda denúncia de Janot. É quase certo, porém, que o processo contra o presidente será arquivado novamente porque, tudo indica, não conseguirá 342 votos dos 513 parlamentares. Na votação da primeira denúncia, 263 deputados votaram pela não aceitação.