Depois da tensão da semana passada, repleta de expectativas e euforias por conta da votação, na Câmara, da denúncia feita contra ele pelo Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, o presidente Michel Temer se dedica agora aos seus próximos passos à frente do Planalto. O resultado de 263 votos a seu favor e 227 contra lhe deu ao mesmo tempo tranquilidade e aviso de atenção.
Assim, passado o pesadelo do afastamento, com o alívio pelo arquivamento da denúncia, o presidente volta as atenções do governo para seu próprio futuro. Em breves dias deverão ir ao plenário da Câmara em busca de aprovação, reformas essenciais para o acerto da economia. Por exemplo, o projeto que dá nova forma à Previdência. Para isto, Michel Temer se esmera não somente para manter os votos que teve na quarta-feira passada, mas também para conquistar os que faltam para atingir 308, número exigido para aprovação desses projetos.
Ontem mesmo, domingo, Temer reuniu-se no Palácio do Planalto com seu alto escalão: os ministros Moreira Franco, Antonio Imbassahy e Henrique Meirelles, além dos presidentes da Câmara e Senado, Rodrigo Maia e Eunício Oliveira. O tema era, obviamente, acertos na apresentação das propostas para obter sucesso. Michel, aliás, mudou sua agenda dos fins-de-semana. Ao invés de voar para São Paulo, permaneceu em Brasília. Só saiu do Jaburu para esse encontro.
Da pauta de Michel Temer também faz parte muita conversa com os caciques do PSDB. Já disse que os ministros tucanos continuam no governo, mas deseja que os parlamentares do partido votem a favor das reformas. Outro tema que estará sobre a mesa do presidente será a reforma política. O próprio Temer andou dizendo ser favorável ao sistema parlamentarista já em 2018. É assunto que envolverá um sem fim de discussões, até porque o Legislativo é o maior interessado.
Resta saber se se confirmará a previsão de alguns parlamentares da oposição no Congresso, segundo os quais em breves dias o PGR Rodrigo Janot anunciará novas denúncias contra o presidente. O pessoal da base aliada de Michel Temer, porém, não crê que nenhum outro eventual processo contra ele irá abalar o rumo do governo.