— É um processo que só termina em março.
A afirmação é do ministro Carlos Marun, da Secretaria de Governo, sobre seus colegas do Executivo que vão deixar suas pastas para cumprir a lei da desincompatibilização para poderem concorrer a cargos eletivos. Uns são candidatos à Câmara dos Deputados, outros ao Senado, aos governos estaduais e até a presidente da República.
Impossível prever com precisão o número de ministros que deixarão os cargos e, obviamente, quem os substituirá. Calcula-se que em torno de doze. Relembrando que deixaram o governo recentemente os titulares do Cidades, Bruno Araújo, e Antonio Imbassahy, da cadeira hoje ocupada por Marun. E ainda, do Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, do PRB de São Paulo. Tal como Ronaldo Nogueira, do Trabalho, diz que vai cuidar de sua reeleição para a Câmara. E, ainda hoje pela manhã, Ricardo Barros, da Saúde, também anunciou sua saída.
Deve tomar posse na próxima semana a nova ministra do Trabalho, Cristiane Brasil, deputada pelo PTB do Rio, filha do ex-deputado Roberto Jefferson. Ele esteve com Michel Temer para debater que outro nome de seu partido deveria ocupar a vaga deixada por Ronaldo Nogueira. Ao deixar o encontro com o presidente no Palácio Jaburu, Jefferson disse-se surpreendido com a escolha de Cristiane para cargo.
Jefferson sorriu de alegria e chorou de emoção. Foi delator, em 2005, do famoso Caso do Mensalão. Acusado, julgado, condenado, preso e solto. Cristiane, acusada de receber dinheiros ilegais para campanha. A senhora Brasil nega que esteja sendo investigada e diz que é vitima de acusação sem provas.
O suplente de Cristiane Brasil na Câmara, é Nelson Nahin, irmão de Anthony Garotinho, ex-governador do Rio. Foi presidente da Câmara Municipal e prefeito interino de Campos dos Goytazes. Em 2016, foi condenado a 12 anos de prisão por crime sexual contra menores de idade.
Hoje ainda e amanhã, sábado e domingo e na semana que vem, com certeza, o processo a que se refere o ministro Carlos Marun continuará.