Durante bom tempo, Luma de Oliveira enfeitou a bateria de várias escolas de samba nos desfiles da Avenida Marquês de Sapucaí, a Tradição, Caprichosos, Mangueira, Viradouro. Aos 16 anos, já era modelo. Foi desfilar no Japão e, ao voltar ao Brasil trocou as passarelas da moda pela do samba. Depois, seguindo os passos da irmã, Isis, trabalhou como atriz em novelas de tevê e no cinema. Beldade, foi capa da revista Playboy cinco vezes. Virou celebridade, namorou gente famosa.
Depois, em 1991, Luma casou-se com um dos empresários mais bem-sucedidos do Brasil e do mundo, Eike Batista. O matrimônio que durou 13 anos, deu ao casal dois filhos. Hoje, cinquentona, Luma continua morando no Rio. Já o ex-marido, acaba de ser preso pela Polícia Federal por determinação da justiça por envolvimento em crimes de corrupção. Está numa cela do presídio Bangu 9, vizinho do amigo e ex-governador carioca, Sérgio Cabral.
Em 2004, entre o carnaval e o casamento, optou pelo divórcio. Por uns tempos, ficou longe dos olhos da mídia.
No nosso idioma, o português, a palavra “esquisito” quer dizer estranho, extravagante, excêntrico. Já na língua espanhola, tem outra grafia. A letra “x” substituiu o “s”, como se observa no dicionário de traduções Michaelis. Mas apesar da pronúncia muito parecida, “exquisito” ganha significado inteiramente inverso: interessante, belo, requintado, excelente.
Pois bem, eu estava na Sapucaí cobrindo para a Veja o desfile das escolas. Naquele mar de fotógrafos, havia um colega espanhol. Igualmente a todos, também estava embevecido com a linda moreninha saltitante e buliçosa, encantadora, sambando alegremente à frente da bateria da Caprichosos de Pilares. Como aquilo é uma profusão de gente bonita, e belas cenas que acontecem para onde quer que se olhe, nem dei atenção ao companheiro de ofício, vindo de Madri especialmente para retratar o espetáculo carioca.
Parti para colher fotos de outras alas daquele manancial de imagens. Acontece que logo depois daquele Carnaval, fui a Madri para uma cobertura presidencial. À noite – na recepção de gala que o Rei Juan Carlos oferecia à comitiva brasileira no Palácio Zarzuela – minha maior preocupação era fotografar os casais real e presidencial e correr para despachar os filmes para a revista em São Paulo. Naquela época, era mais eficiente mandar fotos pelos os aviões que a Internet. Foi então que perguntei a um fotógrafo que estava ao meu lado se era difícil achar um taxi que me levasse ao aeroporto de Barajas.
Bem humorado, o colega espanhol de boa memória, aquele que encontrei o Sambódromo do Rio, brincou dizendo que somente me responderia se eu lhe contasse se a señorita Luma continuava “exquisita”. Claro que minha resposta foi Si!
Orlando Brito