— Eu não quero acabar com a Lava-Jato. Eu acabei com a Lava-Jato!
A declaração de Jair é Bolsonaro é parte do seu discurso na cerimônia do programa Voo Simples, de apresentação de 50 medidas para redimensionar regras da aviação doméstica no Brasil. Acrescentou que “não existe mais corrupção no governo” e que “isso não é virtude, é obrigação”.
As reações à fala foram imediatas. Até porque sabe-se que, em primeiro lugar, a afirmação não decorre unicamente de sua decisão pessoal. Soa contraditória porque uma de suas bandeiras na campanha eleitoral em 2018 foi justamente apoiar o combate à corrupção. Hoje, eleito, está cercado por parlamentares envolvidos com a Justiça.
Mas é mesmo verdade que o próprio Bolsonaro deu início ao processo de esvaziamento da Lava-Jato, com a saída do ex-juiz Sérgio Moro do Ministério da Justiça e ter escolhido um Procurador-Geral da República que abertamente trabalha contra a operação.
Jair Bolsonaro é investigado por interferir em benefício próprio na Polícia Federal. O processo está em andamento no Supremo Tribunal. E também há acusações não esclarecidas de familiares seus envolvidos em corrupção, consideradas cabíveis no chamado “punitivo mundo da Lava-Jato”.
Vários ministros estavam presentes À solenidade palaciana, entre eles o da Economia, Paulo Guedes. E também o empresário Luciano Hang, proprietário do Grupo de lojas Havan, para quem Jair Bolsonaro dedicou vários elogios, classificando-o como exemplo de empreendedorismo. Referiu à maneira de seu amigo Luciano trajar-se, de verde, amarelo e azul, “as cores do Brasil”.
Ao conclamar empresários a fazerem a investimentos na Amazônia, exclamou: — Eu sou imbroxável!”