Após 38 reuniões, algumas com até 15 horas de duração, a comissão do Senado que processa o pedido de afastamento da presidente Dilma Rousseff está concluindo seu trabalho. Aberta no dia 26 de abril, a comissão colheu depoimentos de pessoas a favor e contrários ao impeachment de Dilma, inclusive dos autores da peça jurídica, e Miguel Reale Júnior e Janaína Paschoal.
A sessão dessa quarta-fera era destinada à Dilma Rousseff, mas ela preferiu não comparecer. Enviou uma carta de trinta páginas à comissão, lida por seu advogado, o ex-ministro José Eduardo Cardozo. No texto, ela fala do seu passado de luta na política, nega autoria de atos que ferem a Constituição, ou seja, os motivos que geraram o pedido de impeachment contra ela. Disse ainda que é vítima de um golpe e uma farsa. E ainda, que sofre esse processo por não fazer o jogo do assédio de chantagem.
A Comissão Especial do Impeachment, presidida pelo senador Raimundo Lira voltará a se reunir no dia 2 de agosto, quando votado o relatório de Antonio Anastasia. Caso seja aprovado – e tudo indica que o será – o processo de impeachment seguirá ainda no mês de agosto para a apreciação final do plenário do Senado.