Em 2005, “mensalinho” obrigou a renúncia de Severino Cavalcanti à presidência da Câmara

Severino renuncia a Câmara dos Deputados. Brasília 21/09/2005 - Foto Orlando Brito

Corria o ano de 2005 e o escândalo do “mensalão” dominava o noticiário da mídia. Veio a público o esquema capitaneado pelo então ministro José Dirceu, chefe do Gabinete Civil da Presidência. O Mensalão era a remuneração a parlamentares para garantir aprovação no Congresso de projetos que interessavam ao governo Lula. A Procuradoria-Geral da República ofereceu denúncia contra vários personagens do poder e isto culminou com o processo e condenação de vários nomes importantes da política.

Na mesma época, o deputado Severino Cavalcanti, do PP de Pernambuco, foi eleito presidente da Câmara. Derrotou o candidato do PT de São Paulo, Luiz Eduardo Greenhalgh. Acusado de receber “mensalinho” – propina para manter a concessão de funcionamento de um dos restaurantes da Casa –, o parlamentar não resistiu à crise. Antes que o plenário se reunisse para votar sua cassação, anunciou sua renúncia.

No dia 21 de setembro de 2005, da mesa que lhe cabia na presidência da Câmara, Severino Cavalcanti fez discurso para seus colegas deputados citando o profeta Jó:

– O júbilo dos ímpios é breve, e a alegria dos hipócritas, apenas um momento. Voltarei. O povo me absolverá.

Severino Cavalcanti jamais conseguiu reeleger-se deputado.

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