Dos atuais parlamentares praticamente todos estão empenhados em renovar seus mandatos na eleição de 7 de outubro próximo. Com a campanha em pleno vapor, aqueles que são candidatos estão a mil por hora em busca do voto para presidente da República, para o Senado Federal, aos governos de seus estados ou a uma cadeira na Câmara dos Deputados.
Porém, o Congresso não pode parar em função disto. Há leis, decretos e medidas provisórias etc. que tratam de vários temas importantes para o país e que necessitam de definição, dependem de apreciação e aprovação ou não no Senado e na Câmara.
Para possibilitar que os congressistas cuidem de suas campanhas e permitir que os trabalhos do Legislativo não fiquem sem solução, existem os artifícios do “recesso branco” e do “esforço concentrado”. Assim, uma coisa e outra ficam, digamos, atendidas. E nessa terça-feira foi dia de deputados e senadores darem um tempo na corrida pelo voto em seus estados e voarem para a Brasília.
Por isto, por conta do “esforço concentrado”, cumpriram sua obrigação de legisladores. Quórum alto nas duas Casas. Estavam presentes nas sessões dos plenários, nas comissões e nos corredores. Mas a grande maioria não descuidou de suas campanhas. Ficaram em contato constante com suas cidades e cabos eleitorais. E, claro, aproveitaram o cenário do Congresso para gravar vídeos com seus telefones celulares a serem usados no programa do horário do TSE ou em suas redes sociais. O deputado Jair Bolsonaro, por exemplo, que concorre ao Palácio do Planalto, estava em na Câmara e foi procurado por seus fãs para uma fotografia.
Na pauta da Câmara, estavam três MPs com necessidade de votação imediata, sob pena de perderem a validade. A primeira determina o fim do Fundo Soberano – instrumento financeiro que permite a União usar reservas financeiras para saldar dívidas. As duas outras, com vencimento em 10 de outubro, tratam da redução das contribuições, subvenção de venda e subsídio de combustíveis.
No Senado, as comissões funcionaram pela manhã, com os temas resolvidos com rapidez, sem discussões polêmicas que pudessem gerar impasses e prorrogação. No Plenário, os senadores não deixaram de lado a atenção a seus eleitores. Aprovaram projetos que beneficiam com recursos suas regiões. O telefone celular, novamente entra cena para resolver o problema de comunicação.
Agora sessões deliberativas mesmo, para valer, somente depois das eleições de outubro. Muitos dos senadores e deputados estarão de volta, já com o resultado de suas performances nas urnas. Uns eleitos, outros não.