Tempo quente na capital do Chile, no pé da Cordilheira dos Andes. Há quatro dias, Santiago vive cenas de protestos e violência. As manifestações são contra a qualidade e condições de ensino, taxas de serviços públicos, o custo de vida, a corrupção e o futuro das aposentadorias.
O estopim da crise, dizem os analistas, foi o aumento de 30 centavos de peso — o equivalente a 20 centavos de reais — no preço das passagens de metrô. Os protestos tiveram início tímido e pacífico. Mas, com a repressão policial, transformaram-se em confronto sangrento entre manifestantes e as forças do governo.
O resultado são depredações, tiros, bombas de gás, feridos, prisões e mortes, onze até agora. E ainda saques a lojas e supermercados e a consequente falta de produtos. Há também quebra-quebra em estações de metrô, ônibus e escolas. Os aeroportos estão comos voos atrasados, repletos de turistas estrangeiros que tentam deixar o Chile.
O presidente Sebastián Piñera decretou toque de recolher e depois foi à televisão para dizer que seu governo está lutando contra um inimigo poderoso e irado, a força do povo. Pretende reunir-se com partidos de oposição para restabelecer a normalidade no país.