Você reparou? Está pelo avesso a máscara que Jair Bolsonaro usava nessa terça-feira durante a solenidade no Palácio Planalto de prorrogação do auxílio de benefícios às pessoas necessitadas com a situação agravada pela pandemia do Coronavírus. Era um protesto ou uma casualidade?
Por ter comparecido várias vezes a cerimônias, reuniões, manifestações e, enfim, lugares sem máscara, um juiz da Justiça Federal decidiu em ação preliminar que, mesmo sendo presidente da República, Bolsonaro ficava obrigado cumprir o decreto do Distrito Federal para que todos usem o tal equipamento de proteção individual. Medida protetiva para evitar o contágio da Covid-19.
A Advocacia-Geral da União entrou com recurso para que o presidente estivesse excluído dessa regra. E a desembargadora Daniele Maranhão Costa, do TRF1-Tribunal Regional Federal da 1a. Região, aceitou a alegação da AGU. A magistrada considerou que a tal ação não era cabível, uma vez que vigora norma anterior em Brasília determinando o uso de máscaras para todos aqueles que estejam em lugares públicos ou em aglomerações.
A sanção para o descumprimento da norma pode gerar multa de dois mil reais. Foi o caso, por exemplo, do ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, após ter comparecido a um acampamento de apoiadores de Bolsonaro desprovido de máscara. Resta saber se o presidente será mesmo multado se for flagrado sem ter a boca e o nariz protegidos por uma delas. Ainda que pela avesso.
A cerimônia realizada no Planalto contou com a presença de várias autoridades. Além do próprio presidente, a primeira-dama Michelle Bolsonaro; o vice Hamilton Mourão, o deputado Rodrigo Maia; o senador Davi Alcolumbre e vários ministros. Uns, usando adequadamente máscaras. Outros, não. Por exemplo, o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello.
O número de vítimas fatais pela Covid no Brasil se aproxima dos 60 mil. E a quantidade de infectados, a 1 milhão e 400 mil.
