A recusa da Assembleia Nacional da Venezuela de reconhecer e dar posse para mais um mandato do presidente Nicolás Maduro tende a esquentar a retórica anti-venezuelana no Brasil. O País já não reconheceu a nova reeleição do presidente vizinho – uma negativa agora reforçada pela decisão da maioria do parlamento eleito.
Entretanto, naquele país há uma Assembleia Constituinte com todos os poderes funcionando em antagonismo com a Câmara de Deputados. Aí está a confusão.
À esta questão somam-se as insinuações do novo governo brasileiro de convidar os Estados Unidos a instalar uma base militar no País. Esta postura, embora não seja explicitada, faria parte da formação de um anel de ferro em torno da Venezuela e uma resposta ao aprofundamento do intercâmbio militar do governo de Maduro com a Rússia.
Voltam os tempos da Guerra Fria.
É uma situação curiosa, pois o presidente russo, Vladimir Putin, é uma das principais lideranças da nova extrema direita europeia. No Brasil, entretanto, é visto como se fosse um antigo líder comunista dos tempos da União Soviética.
Esta percepção, contudo, não é totalmente descabida, pois um dos principais aliados de Maduro, desde os tempos de Hugo chaves, é a Cuba dos tempos de Fidel Castro. Cuba, não obstante seu colapso econômico, é uma potência militar em termos latino-americanos, pois suas forças armadas têm treinamento e experiência de combate. Seu armamento é todo de origem russa ou chinesa.