Planalto quer foco na área econômica para enfrentar crise política

Ilan Goldfajn, presidente do Banco Central, com Michel Temer e o ministro Henrique Meirelles. Foto Orlando Brito

O Planalto pretende antecipar um conjunto de medidas pontuais antes do fim de ano para estimular a atividade econômica, enquanto o ajuste fiscal de longo prazo não produz seus efeitos.

A ordem do presidente Michel Temer aos ministros Henrique Meirelles e Dyogo de Oliveira é de que as medidas precisam ser anunciadas rapidamente para tentar conter a queda livre da confiança dos brasileiros na recuperação da economia.

O atual quadro é de insatisfação dos desempregados e das denuncias da Lava Jato. Sem resultados efetivos, como controle da inflação, queda maior das taxas de juros e melhora da atividade econômica, assessores palacianos admitem que fica difícil Michel Temer concluir seu mandado.

Fora estes aspectos, há ainda um fator novo de instabilidade: a volatilidade dos mercados que, alimentada pelos especuladores, começa a dar as caras.

O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, estava muito confiante na última semana com o que chamava de “ancoragem das expectativas” na condução da política monetária. Mas terá que gastar parte desta sua credibilidade para evitar que os movimentos especulativos contaminem a nossa economia real fragilizada.

Esta segunda-feira vamos saber como vão reagir os investidores de bolsa, o comportamento das taxas de juros no mercado futuro e de câmbio. É verdade que, para este último, o Brasil acumulou reservas mais que necessárias para enfrentar um ataque especulativo da magnitude como está sendo desenhado.

A única coisa certa é que o Brasil, depois de ter passado por crises semelhantes, como na época do impeachment de Fernando Collor, foi em frente e cresceu com inflação e juros estratosféricos. Essa é uma visão que faz parte da nossa cultura: de que, mesmo em crise, é preciso baixar a cabeça e trabalhar mais.

O setor agrícola é um exemplo disso. Mesmo com todo este quadro de incertezas que envolve ainda o comportamento do clima, investiu na produção e deve colher uma produção maior de que a deste ano em 2017. Vamos ver os novos acontecimento neste momento  de incertezas e grandes emoções.

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