Para Meirelles, liberação de R$ 30 bi do FGTS terá impacto no consumo

Ministro Henrique Meirelles, ao lado do jornalista Ivanir Bortot, de Os Divergentes ,ao sair do Palácio da Alvorada. Foto Orlando Brito

Embora o discurso do presidente da República, Michel Temer, seja de que “não há plano B” em relação ao ajuste fiscal para acelerar o crescimento da economia e que está seguindo “criteriosamente, rigorosamente e responsavelmente”, o anúncio da liberação dos recursos do FGTS e da redução de juros no cartão de crédito são medidas de para estimular o consumo.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, reconheceu que, apesar dos esforços da aprovação do teto do gasto e das medidas de reforma da Previdência enviadas ao congresso e da melhora do ambiente de negócios, o processo de retomada do crescimento está mais lento do que o previsto.

Henrique Meirelles atribuiu ao elevado nível de endividamento das famílias e das empresas os baixos níveis de consumo e produção. “Nos últimos seis meses vem ocorrendo uma queda neste nível de endividamento, o que abre espaços para o aumento do consumo no próximo ano”, disse Meirelles.

Hoje, com a liberação de R$ 30 bilhões de depósitos em contas inativas do FGTS, cerca de 10,5 milhões de trabalhadores poderão sacar todo o saldo para pagar dívidas ou destinar ao consumo. Segundo o Ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, 86% deste trabalhadores tem menos de um salário mínimo e conta. Uma outra medida, que é reduzir em 50% os financiamentos no cartão de crédito rotativo, da mesma forma dará ao consumidor mas poder de compra.

Na mesma direção, na última semana, Henrique Meirelles anunciou o programa de regularização de débitos de empresas e pessoas físicas com a Receita Federal e linhas de refinanciamento de dívidas para pequenas e médias empresas junto ao BNDES. O objetivo do governo nos dois casos é dar mais folego às empresas para produzir e contratar mão de obra.

Apesar de Temer de admitir que o problema do crescimento da economia “não se resolve de um dia para o outro”, seu governo está correndo contra o tempo para convencer os empresários a investir, já que não há recursos públicos que possam ser usados para estimular o consumo como foi feito no passado.

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