O Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, entrou em campo hoje defendendo a PEC de controle de gastos da União e demais ajustes na economia para evitar ruídos na comunicação sobre a condução da política econômica.
O presidente em exercício, Michel Temer, não tem censurado a opinião dos demais ministros sobre temas de economia, mas deixou claro em inúmeras vezes que só toma decisões de assuntos da área econômica com Henrique Meirelles.
O ministro da Fazenda, por outro lado, não trata da negociação de projetos de seu interesse no Congresso. Quem faz isso são os ministro Geddel Vieira Lima e Eliseu Padilha.
Em entrevista à Folha de São Paulo e na palestra que fez na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), Meirelles mais uma vez deixou claras as opções que adotou de estabilização da economia pelo controle dos gastos e endividamento do setor público.
Se isso não for feito, a dívida continuará crescendo e o governo terá que usar taxas de juros cada vez mais elevadas para tentar controlar a inflação.
Meirelles, pela primeira vez, desfez a verão que circulou na imprensa de que o governo adotaria medidas pontuais de diversos ministérios para estimular o crescimento da economia. O que está em estudos são ações para melhorar a produtividade e o ambiente de negócios das empresas.
O crescimento da economia virá com a melhora dos fundamentos da economia, em um ambiente de maior confiança e de condições de competitividade para o setor produtivo.
Meirelles, ainda cauteloso com o comportamento da economia no segundo semestre, aguarda a nova estimativa de arrecadação de agosto da Receita Federal para decidir o que fazer. Poderá criar um imposto temporário, mas dá como certo que terá receitas de privatizações e concessões, como dos aeroportos de Santos Dumont, Congonhas e outros com elevados fluxos de passageiros.
Com estas iniciativas, Meirelles espera cumprir a meta de déficit fiscal de R$ 170,5 bilhões de 2016. Tudo isso está no script, mas vamos aguardar os acontecimentos.