IPEA contesta sugestão de Armínio Fraga para tirar país da recessão

A sugestão do economista do PSDB e ex-presidente do Banco Central (BC), Armínio Fraga, de fazer um ajuste fiscal mais rápido combinando aumento de impostos com redução mais intensa de gastos foi contestada hoje por economistas do governo.

“Como a economia ainda está tendo dificuldades de superar completamente o ciclo recessivo, esse tipo de política poderia agravar ainda mais a situação”, diz um estudo publicado hoje e pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) dos economistas Ronaldo Souza Junior e Paulo Levy. O argumento é que o aumento dos impostos e a queda maior dos gastos no curto prazo reduziriam o volume de dinheiro na economia, afetando ainda mais a produção de bens e os empregos.

Os economistas também sustentam que o ajuste fiscal e o afrouxamento da política monetária também não são suficientes para garantir a retomada consistente do crescimento. Para que a economia de fato volte a crescer de forma sustentável, seria necessário, entre outras coisas, avançar também a agenda de reformas microeconômicas que ampliem a produtividade da economia como um todo.

O presidente Michel Temer disse hoje ao jornalista Jorge Bastos Moreno, de O Globo, que está fazendo estudos sobre a adoção de mais 10 medidas complementares ao ajuste fiscal para a retomada de crescimento da economia.

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Formado em jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul com pós graduação em jornalismo econômico pela Faculdade de Economia e Administração(FAE) de Curitiba/PR. Repórter especializado em finanças públicas e macroeconomia, com passagens pela Gazeta Mercantil, Folha de São Paulo e Secretaria de Comunicação da Presidência da República. Participou da cobertura de formulação e implementação de todos os planos econômicos do país deste o Plano Cruzado, em 1985, ao plano Real, de 1994. Sempre atuou na cobertura diárias das decisões de política econômica dos Ministério do Planejamento, Fazenda e Banco Central. Experiência em grandes coberturas de finanças como das reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional(FMI), do Banco Mundial(BIRD) e Banco Interamericano de Desenvolvimento(BID).