Gasto previdenciário compromete ajuste fiscal de Henrique Meirelles

Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Foto Orlando Brito

A grande batalha da equipe econômica de Henrique Meirelles no Congresso Nacional é estancar os gastos da Previdência Social, que cresceu R$ 130 bilhões nos últimos dois anos.

A aprovação da PEC 241, que estabelece um teto para o gasto público em geral, será um instrumento de enfrentamento dos gastos obrigatórios com resultados no longo prazo.

Já no curto prazo caso da Previdência Social é gravíssimo.  O desembolso com os benefícios previdenciários passou de R$ 436 bilhões em 2015 para R$ 562,4 bilhões em 2017. Veja, leitor, que houve um aumento de R$ 130 bilhões nos gastos só neste período de 2 anos.

Isso sem falar que o déficit é maior, uma vez que as contribuições previdenciárias estão caindo em consequência destes 12 milhões de trabalhadores de carteira assinada que estão desempregados.

Dinheiro não dá em árvore.  Todo o esforço de controle de gastos anunciado por Henrique Meirelles vai contribuir com R$ 42 bilhões para cobrir parte do déficit da Previdência de 2017 de R$ 181,2 bilhões. A diferença de R$ 139 bilhões para pagar as aposentadorias será obtida com a emissão de títulos públicos no mercado onde o governo paga juros de 14,25% ao ano.

É de se imaginar que, à medida que houver uma recuperação dos empregos, a arrecadação da previdência pode melhorar. Isso, no entanto, será insuficiente para cobrir gastos anuais que tem crescido na casa de R$ 60 bilhões ao ano em função das novas aposentadorias e os mecanismos de correção dos benefícios previdenciários.

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