Crise política sobrou para Henrique Meirelles e Ilan Goldfajn

Geddel Vieira Lima e Henrique Meirelles. Foto Orlando Brito

A crise política que atingiu o governo Michel Temer sobrou para o ministro da Fazenda Henrique Meirelles e para o presidente do Banco Central Ilan Goldfajn, empenhados em fazer o ajuste fiscal e trazer o país para o crescimento econômico com geração de empregos.

A reação do mercado ao depoimento do ex-ministro da Cultura Marcelo Calero na Policia Federal envolvendo o episódio do apartamento de Geddel Vieira Lima com a participação de Michel Temer e do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, levou à desvalorização do real diante do dólar e à queda na bolsa. O pedido de demissão de Geddel Vieira Lima pouco altera o atual quadro de crise.

Temendo uma crise política e econômica, os investidores estrangeiros e brasileiros estão vendendo seus ativos em bolsa e moeda nacional para aplicar em dólar no Brasil ou exterior.

A confiança de que o governo Temer terá força política para aprovar as medidas no Congresso e mesmo ficar de pé está em queda livre hoje. Ainda há esperança entre assessores do Planalto de que tudo fique esclarecido sobre o envolvimento do Michel Temer no episódio. Mas, até lá, a equipe de Henrique Meirelles terá pela frente muito trabalho para aprovar as medidas no Congresso e enfrentar a onda de especulação do mercado.

Sobre a diferença entre a confiança e a esperança, vale esclarecer que um empresário que faz parte do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) vem fazendo uma pesquisa deste o inicio do governo de Michel Temer sobre estes dois indicadores junto a um grupo de 26 das maiores empresas brasileiras. O índice de confiança vem caindo e o de esperança, subindo.

Henrique Meirelles ainda tem junto ao mercado algum capital de credibilidade para lutar pelo ajuste fiscal e vender confiança na recuperação da economia. O que é imponderável é a força política do governo no Congresso diante da atual crise. Sem falar que ainda não se sabe os nomes dos políticos envolvidos na delação premiada do grupo Odebrecht.

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