Carlos Corseuil, do IPEA: recuperação de empregos só começa em 2017

Mesmo que haja uma estabilização da economia neste segundo semestre, como prevê o Banco Central(BC), a tendência continua de desemprego e redução de salários.

Para o economista Carlos Henrique Corseuil, do Instituto de Pesquisa de Economia Aplicada (IPEA),  se houver uma melhora no Produto Interno Bruto(PIB) em 2016, os  benefícios como novos empregos só deverão ocorrer, de forma gradual, a partir do ano que vem.

Estudo feito por Carlos Henrique Corseuil indica perdas significativas de vagas com carteira assinada e  de informais nos últimos dois anos. Muitas pessoas que tinham alguma especialização deixaram empregos com carteira assinada e passaram a trabalhar por conta própria, mas a maioria virou desempregada.

Houve ainda um aumento de desemprego, que é difícil de mensurar, entre trabalhadores com contratos informais, como na construção civil e setores de serviço.

A mobilidade ocupacional do mercado de trabalho, a empregabilidade  e o poder de compra dos trabalhadores  passou a ser mais um item nas decisões do BC sobre a condução da política monetária.

É que a sustentação da recuperação da economia, mesmo com a atual renda de salário dos trabalhadores, dependerá  do consumo das famílias, o que os economista chamam da demanda agregada  interna. Hoje, o consumo está em queda, uma vez que o emprego e a renda estão caindo.

Um segundo canal  de ampliação da demanda agregada é o da exportação. A indústria está vendendo mais para o exteior, mas a  economia brasileira ainda é muito fechada para ter volume de exportação suficiente para a sustentação de um crescimento efetivo. O terceiro canal é dos investimentos, que o governo está tentando com a atração do capital estrangeiro para investir na infraestrutura, produção de energia, óleo e gás.

 

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