Aposta do mercado de juros de um dígito em 2017 é otimismo exagerado

Sede do Banco Central, em Brasília - Foto: Orlando Brito

O otimismo dos operadores do mercado financeiro sobre a queda da taxa de juros pode conter exageros. A pesquisa desta semana do Banco Central junto aos bancos prevê uma queda da taxa Selic para 9,75% em 2017. Um dígito, como falou o presidente Michel Temer.

A estimativa anterior era de 10,25% ao ano, mas a redução de 0,75% na ultima reunião do Copom passou a ideia de que os juros vão cair ladeira abaixo.

Só que não é bem assim. Hoje os juros estão em 13% ao ano, e o comunicado do BC deixa claro que ainda há incertezas sobre o ajuste fiscal em curso e sobre o cenário da política econômica, especialmente o fim do período de estabilidade nos Estados Unidos e a inflação.

A ata do Copom que sai esta semana poderá deixar mais clara a decisão da autoridade monetária, mas, assim como o BC surpreendeu o mercado com uma redução maior de juros, poderá surpreender com uma queda menor depois. Isso porque há várias incertezas na economia e o mais importante para a autoridade monetária é trazer a inflação para o centro da meta sem perder a credibilidade de condução da política monetária junto aos agentes econômicos.

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