A equipe do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, tem manifestado opinião contrária à utilização dos R$ 20 bilhões que estavam destinados a restos a pagar para socorrer os estados. A decisão final, no entanto, deverá ser tomada na próxima semana pelo presidente Michel Temer, depois de uma conversa com o ministro Henrique Meirelles, que está hoje nos Estados Unidos.
Michel Temer está inclinado a ajudar os estados pelo apoio dos senadores destas unidades federativas nas votações da PEC 55 e na reforma da Previdência Social, além de abafar os gritos dos servidores públicos com salários em atraso. Uma das alternativas apontadas ontem por assessores do Planalto é utilizar apenas parte dos R$ 20 bilhões, para socorrer os estados em situação mais critica.
Os argumentos dos economistas da Fazenda, contrários à ajuda aos Estados, são de que a União abriria mão de uma receita importante para o processo de ajuste fiscal em curso em beneficio de unidades federativas que estão empurrando com a barriga seus problemas de gastos.
Fora o esforço fiscal maior que a União terá que fazer mais adiante para compensar este gesto de bondade de Temer, o que estará em jogo é a credibilidade da equipe econômica junto ao mercado, pelos sinais contraditórios: enquanto o discurso da União é de contenção de gastos, na prática os cofres do Tesouro estão abertos.
No entanto, qualquer que seja o destino destes recursos arrecadados com o ingresso de recursos externos repatriados, do ponto de vista monetária, devem ajudar a aquecer o consumo da economia neste final de ano.