Vespertinas: artilharia de Temer aponta para 2019

Moreira e Michel

O jogo esquentou I. Os últimos movimentos do Governo Federal, como a entrevista de Henrique Meirelles à Folha de S. Paulo (segunda, 4) e os movimentos para aprovar a reforma da previdência, indicam que o presidente Michel Temer não pretende entrar nas eleições de 2018 como figurante. O grupo, liderado pelo trio Michel Temer, Eliseu Padilha & Moreira Franco, chegou ao poder para lá ficar.

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O jogo esquentou II. No dia seguinte à entrevista do ministro da Fazenda, o senador Romero Jucá, um dos spallas do Governo Temer no Congresso Nacional, referendou a estratégia. “O resultado da ação do governo na economia agregará votos. Duvido que na hora H os partidos da base não queiram usufruir disso”, previu.

O jogo esquentou III. O raciocínio estriba-se numa máxima da política: se a economia vai bem (leia-se: inflação, emprego e renda) os eleitores acomodam-se com o governante da vez. Fernando Henrique Cardoso e Lula sabem disso.

O jogo esquentou IV. Temer chegou ao poder e construiu uma das maiores bases de apoio da República – senão a maior. Aprovou projetos estruturais de porte em tempo recorde. E, principalmente, venceu duas tentativas de deposição (com denúncias graúdas) com a habilidade de políticos da estirpe de Lula. D’uma tacada, driblou o magarefe Joesley Batista, o acusador Rodrigo Janot e a Rede Globo – os poderosos que queriam derrubá-lo.

Decretar o fim antecipado do governo Temer é tão prematuro quanto prever que Lula estará fora do páreo (…).

O jogo esquentou V. Além disso, tem o establishiment ao lado de seu projeto reformista. O mercado o elevará às alturas se aprovar a reforma previdenciária – que, de quebra, conta com o apoio da mídia. Reportagem de 6m20 do Jornal Nacional desta segunda, 4, exibiu um sistema injusto que transfere renda dos mais pobres para os mais ricos.

O jogo esquentou VI. Decretar o fim antecipado do governo Temer é tão prematuro quanto prever que Lula estará fora do páreo caso o TRF-4 referende a condenação sentenciada pelo sufeta de Curitiba, Sérgio Moro. Temer joga com a melhora da economia, o medo que a dupla Lula-Bolsonaro desperta e, até aqui, a falta de opções viáveis à presidência.

O jogo esquentou VII. Tudo posto, a batalha para aprovar a reforma das aposentadorias consubstancia-se num marco. A aprovação pode catapultá-lo como player de monta na sucessão de 2018. Derrotado, perde força política.

Viés de alta. Levantamento da Arko Advice com 218 deputados federais constatou que 57,8% deste grupo não acreditam que a reforma da previdência será aprovada na gestão do presidente Michel Temer. O índice é inferior ao registrado em outubro, de 78,77%.

O NOME DISSO É MÚSICA: Dvorák

 

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