Divulgada nesta segunda, 11, a pesquisa BTGPactual/FSB sobre a reforma da previdência traz três notícias positivas. Além da mais evidente: o apoio de 83% dos parlamentares, responsáveis por aprovar ou rejeitar a proposta do ministro Paulo Guedes, da Economia, e que será assinada pelo presidente Jair Bolsonaro.
O alto interesse em incluir de imediato os militares na reforma e a intenção de dar tratamento diferenciado para trabalhadores rurais e beneficiários do BPC do restante são claramente indicados na pesquisa. A aprovação da reforma da previdência é considerada o ponto de partida para o retorno do crescimento econômico de curto e médio prazo no Brasil – além de corrigir distorções do sistema de pensões brasiliano.
O levantamento foi realizado entre 4 e 8 de fevereiro. Foram ouvidos 235 deputados federais (46% do total) e 27 senadores (33%).
Segundo as entrevistas, 85% dos deputados e 78% dos senadores entrevistados são favoráveis à inclusão de militares na reforma. Também a maioria (81% dos deputados, 74% dos senadores) defendem que o Governo Federal encaminhe a mudança das aposentadorias de militares juntamente com a dos trabalhadores civis.
Menos favorecidos
Por outro lado, a maioria é contra igualar regras de aposentadorias de trabalhadores rurais e urbanos. 72% dos deputados e 67% dos senadores se opõem a equipar cidade e campo – ou seja, as regras têm que ser diferentes.
No caso do BPC (Benefício de Prestação Continuada), a oposição às mudanças é menor. Tanto entre deputados (36% contrários, 21% favoráveis), quanto senadores (37% contrários, 41% favoráveis).
Mas, como são necessários 3/5 (60%) de apoio em dois turnos de votação em cada Casa para mudar a Constituição, a pesquisa indica uma tendência parlamentar de não mexer no BPC. O benefício é um dos mais inclusivos dispositivos constitucionais, pois garante um salário mínimo a deficientes físicos e idosos que vivem em condições de pobreza e miséria.
Quem conhece Congresso e congressistas sabe que pesquisas podem não se confirmar na hora de apertar o botão. Até porque o Governo Federal ainda não definiu as mudanças.
Mas, caso tenha sido bem conduzida, a pesquisa indica uma mudança no ânimo parlamentar. Tanto que, de uma forma geral, o apoio dos “novatos” (86%) é maior do que o de “reeleitos” (78%).
Veja os principais gráficos nesta página.