O “rouba, mas faz” nos tempos da Lava-Jato

Lula depõe perante o juiz Moro

A vendedora de loterias, Carla da Silva Santos, já sabe em quem vai votar. “Se ele está preso é porque fez alguma coisa errada. Mas era melhor com ele”, justifica ela.

Está n’O Globo deste domingo, 26, e, claro, parece a reedição da velha máxima adhemarista: “Rouba, mas faz”. Com 28 anos e moradora de Salvador, ela está determinada: “Se não tiver o Lula, eu não vou votar em ninguém”.

Na amostra de eleitores que a equipe d’O Globo entrevistou ninguém desconhece a condenação do maior líder popular da história do Brasil. Seus eleitores não parecem acreditar na sua inocência, mas conformar-se em escolher “o menos pior”.

Ingênuos, não…

Afinal, no mínimo, ele é o líder absoluto da seita que roubou e deixou roubar bilhões de reais de dinheiro público – noves fora o desemprego e a carestia que provocou. Roubalheira que foi exaustivamente comprovada pela Lava-Jato e sancionada por mais de uma instância do Judiciário.

Sem falar no Mensalão, cujas acusações foram ratificadas pela Suprema Corte, composta predominantemente por indicados pelo PT. Roubos aqueles que se tornaram pequenos diante do gigantismo da gatunagem descoberta posteriormente pela Lava-Jato.

Ao nivelar todos os políticos por baixo, parte do povo adota postura cínica, mas pragmática. Vota em quem lhe traz algum benefício.

Pelo menos aqueles que pretendem votar. A maioria, indicam as pesquisas, integra o bloco do “não tô nem aí”.

… pragmáticos, sim

Nada de novo num país de política rebaixada. Não se trata, portanto, de ingenuidade.

“Nada de novo
num país de política rebaixada.
Não se trata, portanto, de ingenuidade.”

Na verdade, nem mesmo os líderes petistas acreditam na inocência do partido que já aglutinou as esperanças numa nova maneira de fazer política, que seria exercida por altruísmo e fincada na ética. Como se sabe hoje, era tudo mentira.

Se repetem o mantra do “golpe” é por um misto de estratégia política e desfaçatez. Tudo pela causa do proletariado e do campesinato, justificam-se.

Trata-se de eficiente propaganda política. Mas tão falsa como o respeito aos direitos humanos em Cuba.

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