Com Lula candidato, ou Lula cabo eleitoral. Com Alckmin ou Doria tentando fazer o PSDB retornar ao Planalto. Com Huck e Joaquim Barbosa na posição de outsiders. Com Ciro Gomes e Bolsonaro vociferando vitupérios. Com a formosa Manuela D´Ávila e o bigodudo Levy Fidelix a provocá-la.
Em qualquer caso, teremos eleições em 2018. Salvo um improvável vagalhão a arrasar terras brasilianas ou uma recaída golpista – de verdade, não a da cantilena retórica da sinistra.
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Desse modo, o futuro do Brasil vai depender de quem vai conduzi-lo e do modelo proposto. A escolha certa pode ser propulsora de novos tempos, quiçá um marco.
Marco do continuísmo do recorrente voo de galinha e das oportunidades perdidas. Marco de uma nova era, na qual os nativos de Terra Brasilis avançarão uma casa rumo ao desenvolvimento econômico e social sustentado.
Nesses 33 anos de democracia experimentamos modelos antagônicos. Hora de escolher.
Controlar ou regular
Entre os debates substanciais, o tipo de Estado que melhor se adéqua às necessidades nativas deveria estar no topo dos debates eleitorais. Vamos persistir no Estado gigamenso, que tudo controla, ou rumar para o Estado raquítico, que deixa os cidadãos entregues à própria sorte?
Administrações obesas e inchadas, que tentam controlar tudo, não são exclusividade dos governos mais recentes. Durante a ditadura militar, os generais apreciavam o estatismo. Getúlio Vargas tinha o mesmo pendor.
Como governos da chamada esquerda, os ditadores não confiavam na iniciativa privada livre. Desta maneira, empreendedores precisavam ser controlados pela burocracia estatal.
“Quanto mais o candidato vencedor
se expuser, mais comprometido ele estará.”
Não estamos sozinhos. Mundo afora, governantes gostam do poder de intermediar as relações entre o produtor de bens e serviços e o consumidor.
Creem, com dose de razão, que um mundo sem regulamentação permite a formação de cartéis ainda mais predatórios. Oligopólios determinando preços e condições de consumo.
Por outro lado, empreendedorismo e criatividade não se desenvolvem em regimes excessivamente burocratizados, onde o Estado cria sucessivas barreiras à livre iniciativa. Mais das vezes, apenas para vender facilidades.
Basta ver o que gostamos de consumir, seja em bens ou serviços. Pense nas suas preferências. Quase tudo surgiu no mundo livre, que incentiva a iniciativa privada e estimula a concorrência.
Em contrapartida, a regulamentação estatal garante às minorias e vulneráveis direitos que somente governos têm a disposição e o poder de conceder. Afinal, o empreendedorismo é criativo porque quer lucrar, não fazer filantropia.
Debate ou embate
Enfim, não se trata de debate novo. Mas, na barafunda eleitoral vislumbrada até outubro, quando os eleitores decidirão o rumo do País, o que menos se discute é como o Brasil quer ser governado.
No nosso ambiente eleitoral, crivado de antagonismos e ressentimentos, parece só haver espaço para o embate. Os pré-candidatos repetem receitas antigas e disparam catilinárias.
O ambiente excessivamente belicoso entre postulantes à Presidência da República e partidos dilacerados não sugerem previsões alvissareiras. Resta, como uma das poucas alternativas, a iniciativa da sociedade civil organizada e da cidadania.
Quanto mais o candidato vencedor se expuser, mais comprometido ele estará. Para isto, é preciso que seja cobrado e forçado a hipotecar seu mandato como garantia do compromisso assumido em campanha.
A sociedade organizada pode puxar o debate sobre o tamanho do Estado. A cidadania, difusa nas redes sociais, exigir dos candidatos que definam claramente qual Estado pretendem implementar a partir de 1º de janeiro de 2019.
O futuro presidente depende da imbricada configuração partidária no Parlamento. Assim, a cobrança deve se estender aos candidatos às 513 vagas da Câmara e às 54 do Senado.
O eleitor pode assumir o protagonismo dos rumos nacionais ou seguir amaldiçoando políticos de todos os matizes. Em qualquer caso, vai ser o destinatário das ações governamentais.