Não há evidência de que foi uma ação orquestrada, mas a Justiça brasileira teve nesta segunda, 5, o seu dia de fúria. No mesmo dia, desferiu petardos contra quatro políticos – Marco Maia, Vital do Rêgo Filho, Eliseu Padilha e Renan Calheiros.
O ex-presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT), e o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) e ex-senador pelo PMDB, Vital do Rêgo (PMDB), foram alvos de busca e apreensão por parte da Polícia Federal. O pedido foi da Procuradoria-geral da República (PGR).
A autorização do pedido da PGR foi do ministro Teori Zavascki, da Suprema Corte. Os investigadores da Operação Lava-Jato suspeitam que a dupla tenha recebido propina quando comandava a CPI da Petrobras.
Já Eliseu Padilha (PMDB), ministro da Casa Civil e um dos dois mosqueteiros remanescentes do presidente Michel Temer (o outro é Moreira Franco; Geddel Vieira Lima foi defenestrado do trio), teve o bloqueio de R$ 38,2 milhões em bens. A ordem partiu do juiz Leonardo de Araújo Costa Tumiati, de Vila Bela da Santíssima Trindade (MT).
A acusação é de crime ambiental. Tomada no último dia 30, a decisão ficou conhecida hoje. Maior surpresa foi constatar o volume milionário de pecúnia que um dos homens mais poderosos de Temer detém em seu patrimônio.
Por fim, a mais bombástica das ações da justiça foi a deposição de Renan Calheiros (PMDB) da presidência do Senado. Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendendo pedido da Rede, partido de Marina Silva e Miro Teixeira, afastou liminarmente um dos mais poderosos políticos brasileiros do cargo para o qual foi eleito.
Renan, que continua senador, tornou-se réu por peculato em decisão da Suprema Corte. O poder que lhe resta é a solidariedade dos colegas e do presidente Michel Temer (PMDB). Solidariedade que vai ser posta à prova agora.