Em entrevista exclusiva a’Os Divergentes, Cristovam Buarque previu que nas eleições de 2018 os eleitores vão escolher propostas no lugar de nomes. Se o experiente senador estiver certo, o Brasil vai ganhar em maturidade política.
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“Em 2018, não teremos eleições, teremos um plebiscito para escolher o Brasil que queremos. Não vamos ter escolha de nome, mas de propostas”, disse o ex-governador do Distrito Federal na mesma entrevista em que se lançou candidato à sucessão de Michel Temer. “Eu quero [ser candidato à presidente]”, posicionou-se, pronto para se incorporar aos debates.
Não foi o que vimos nas últimas eleições, onde o personalismo e os ataques pessoais predominaram. O prognóstico do senador é idealista, embora de difícil execução. Basta ver as perguntas que terão quer ser respondidas.
Se o Brasil vai mesmo reformar a previdência, qual a extensão dessa mudança? Como resolver a crise fiscal? Estatizar ou privatizar?
Aumentar o número de concessões públicas, deixando estradas, aeroportos, portos, hidrovias e outros serviços públicos à iniciativa privada? A reforma do sistema político é mesmo a mãe das reformas? Combater a corrupção deve ser a prioridade do novo governante?
O que é abuso de autoridade? Que reforma tributária os postulantes ao Planalto pretendem implantar? Que política externa será implementada? Questões prenhes de questões.
A primeira resposta pode ser outra pergunta: Que tal começar desde já a pressionar candidatos e partidos? A pressão da cidadania, de novos candidatos e da sociedade organizada como instrumento para forçar o debate e, com isto, levar o eleitor a decidir qual a melhor proposta.
Só depois o melhor nome para executá-la. O Brasil tem um ano para esse debate.
O NOME DISSO É MÚSICA: Thelonious Monk.