À primeira vista, poderia até parecer positivo para Geraldo Alckmin ser alvo de um vídeo irado de Michel Temer a esta altura do campeonato de impopularidade presidencial. Mas Temer não é amador. Seu requinte de crueldade com o tucano ao rebater as críticas que seu governo vem sofrendo na propaganda na TV foi dizer que o PSDB esteve junto com ele em toda essa empreitada, inclusive indicando ministros. Mais do que isso, nomeou os partidos que hoje estão ao mesmo tempo em seu governo e na campanha de Alckmin.
Não é possível medir ainda o alcance do vídeo de Michel, mas este certamente será usado pelos adversários contra Alckmin – que, aliás, parece não ter se beneficiado ainda das peças bem feitas de sua propaganda na TV.
No Ibope divulgado o tem à noite, oscilou dois pontos para vima, de 7 para 9, sem chegar aos dois dígitos ainda e 3p.p. abaixo de Ciro Gomes, que foi quem mais cresceu na rodada. Jair Bolsonaro continua petrificado na liderança no cenário sem Lula, que agora é o único.
Acima e além da irritação de Michel Temer – algo parecida com aquele sentimento que transpareceu em sua famosa carta à Dilma -, o que o vídeo contra Alckmin parece traduzir é sua convicção de que o tucano não será o próximo presidente da República. E, sobretudo, que não poderá ajudá-lo, e a seus amigos, a sair das encalacradas legais em que está metido. Ao bater em Alckmin, Michel pode estar ajudando seus adversários e, quem sabe, irá cobrar a fatura mais tarde.