A campanha foi menor, a maioria dos candidatos teve menos dinheiro e o eleitor passou a maior parte do tempo pensando em outra coisa. Agora, na véspera da eleição, é que está se decidindo, provocando sustos nos partidos e nos institutos de pesquisa. A rodada do DataFolha deste fim de tarde foi comemorada no campo da esquerda.
O PT, que vinha amargando resultados humilhantes em São Paulo, passou a ver chance real de estar no segundo turno com o empate de Fernando Haddad com Celso Russomano – ambos com 16%, tecnicamente empatados ainda com Marta Suplicy. Essa é a foto desse final de sábado e tudo pode acontecer, mas o filme pode favorecer o petista, único dos três em movimento de alta.
De qualquer forma, é uma eleição que parece perdida no fim do mês para o adversário de João Doria, seja lá quem for. O tucano disparou e agora chegou a 44%.
No Rio, não se pode dizer o mesmo. Marcelo Crivella chegará ao segundo turno, pois tem hoje 32% no DataFolha. Marcelo Freixo aparece em segundo, com 16%, e Pedro Paulo, com 12%, ainda disputam a segunda vaga. Mas tanto um quanto outro são candidatos competitivos, capazes de fazer alianças consistentes no segundo turno. A ascensão de Freixo, do PSOL, abre caminho para uma aliança dos partidos de esquerda no Rio.
De qualquer forma, os números da reta final não desautorizam a constatação de que o pleito municipal de 2016 passará à história como uma eleição de ricos e famosos, cujas regras beneficiaram basicamente os candidatos que já eram conhecidos e que tinham mais recursos próprios para gastar.