O presidente interino Michel Temer está prestes a recuar do recuo na negociação do projeto da renegociação das dívidas dos estados. Ele foi avisado que está pegando mal a decisão de aceitar exigências do Judiciário e do Ministério Público de retirar suas verbas indenizatórias e outros benefícios do cálculo do limite de gastos com pessoal dos estados, uma espécie de artifício para escapar da Lei de Responsabilidade Fiscal.
A concordância do governo levou as assembleias legislativas estaduais a fazerem a mesma reivindicação, e o risco agora é sobrar muito pouco, ou quase nada, do projeto além da parte boa para os estados, que são os prazos maiores para pagar suas dívidas.
Mais uma vez, o discurso da austeridade fiscal se choca com a realidade política – e Temer vai ter que escolher com quem brigar. Essa confusão toda deve adiar a votação final do projeto para semana que vem.