O estica-e-puxa da reforma administrativa que Michel Temer pretende anunciar se o impeachment for aprovado no Senado deve deixar a Esplanada dos Ministérios com 25 pastas. A ideia inicial era fechar esse número em vinte, mas as sugestões técnicas estão passando pelo crivo político do vice, que quer evitar problemas com setores que vão perder representação ministerial.
Uma das maiores sinucas de bico da reforma, a proposta de incorporação da pasta do Desenvolvimento Agrário à Agricultura, deverá ser resolvida de outra forma. Temer concluiu que juntar o MST ao Agribusiness no mesmo ministério equivalerá a botar fogo no paiol.
Por isso, a ideia agora é reunir Desenvolvimento Agrário a Desenvolvimento Social, o ministério que cuida do BolsaFamília e de outros programas de distribuição de renda. Isso facilitaria a interlocução com os movimentos sociais e evitaria a eclosão de um conflito insolúvel na Agricultura.
É praticamente certa também a fusão de Educação e Cultura, faltando ainda decidir se a pasta dos Esportes também entrará nessa estrutura. É o que indica a lógica, mas o gesto pode ser mal interpretado logo no ano da realização das Olimpíadas do Rio.
O destino mais provável do Ministério do Turismo é juntar-se ao MDIC (Desenvolvimento Industrial e Comércio Exterior). Direitos Humanos, que já acolheu no governo Dilma as secretarias da Mulher e da Igualdade Racial, também deixa de ser ministério numa espero de fusão da fusão: esse ajuntamento todo vai parar na pasta da Justiça.