Governos vão, governos vêm, e o MDB, com um “P” a mais ou a menos, um punhado de deputados e senadores a mais ou a menos, continua o mesmo: um expert na arte de ficar no poder. Não há outra função para a recém-lançada candidatura da senadora Simone Tebet à presidência do Senado a não ser garantir que o cargo não saia de seu partido – mas que, de preferência, vá para Renan Calheiros.
Ninguém deve esperar um confronto de vida ou morte entre Simone e o senador Renan Calheiros — até agora favorito na disputa — pela indicação da bancada na semana que vem. O MDB já passou dessa fase.
Simone é o plano B do partido para o caso de Renan, que não assumiu oficialmente a candidatura mas já está apanhando de seus adversários no MP e adjacências, não vingar. Hipótese que, hoje, é remota. Mas o MDB não quer correr o risco de ficar sem candidato viável e sem a presidência do Senado.
Renan quer esperar até o último momento, a reunião da bancada dia 31, para se assumir candidato. Enquanto não é, fica mais difícil ser alvo das ações judiciais e outros ataques dos adversários, incluindo aí gente ligada ao Planalto.
Por isso, é bom não descartar a possibilidade de a candidatura Tebet estar incluída na estratégia de Renan e que, em 1º de fevereiro, ele se eleja presidente da Casa com o apoio de Tebet, a quem será destinado um belo posto na Mesa ou à presidência da importante Comissão de Constituição e Justiça.