Num cenário de incertezas externas a partir da eleição de Donald Trump, a maioria do mercado está apostando num anúncio de redução de 0,25pp na taxa Selic amanhã. Com isso, os juros iriam para 13,75% ao ano. Só que todo mundo sabe que é muito pouco, e a tensão pré-Copom desta semana está dando lugar a outras apostas.
As razões aí apontam para fatores internos se sobrepondo aos externos. Sabe-se que, nas últimas semanas, o presidente Michel Temer foi alvo de insistentes apelos de pesos -pesados da economia por mais rapidez em torno de medidas que possam estimular a retomada do crescimento. Dez entre dez desses interlocutores do presidente acham que uma nova redução de 0,25 pouco adiantará a esta altura do campeonato – e deixaram isso claro para o governo.
Segundo essa visão, o mínimo de boa sinalização na atual conjuntura seria uma redução de pelo menos 0,50. Tem gente no Planalto concordando com isso, sobretudo depois do agravamento da crise política pós-Calerogate. Uma paulada nos juros neste momento cairia muito bem para desanuviar os ânimos e contribuiria para a governabilidade de Michel Temer.
Amanhã saberemos.